O Conselho de Segurança da ONU reúne-se esta sexta-feira de emergência para analisar o fim do acordo de exportação dos cereais ucranianos e os últimos ataques da Rússia. Pela terceira noite, Moscovo atacou cidades e portos do Mar Negro.
A Ucrânia garante que intercetou a maioria dos 19 mísseis e 19 drones lançados a partir do Mar Negro e da Crimeia. A cidade de Mykolaïv foi o alvo principal deste ataque russo em grande escala, onde 20 pessoas ficaram feridas, das quais cinco crianças.
Bombardeamento atingiu o consulado chinês
Nas imediações, a cidade de Odessa foi também atacada pela terceira noite. Desta vez, o bombardeamento atingiu o consulado chinês e provocou, pelo menos, um morto. O Kremlin confirmou já os bombardeamentos a estas cidades portuárias do Mar Negro.
"Ontem à noite, as Forças Armadas russas continuaram a efetuar ataques de retaliação - com armas de alta precisão baseadas no mar e no ar - contra oficinas e armazéns com barcos não tripulados, em Odesa e Illichivsk, na região de Odesa", disse Igor Kinashemkiv, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.
Esta quinta-feira, a guerra da Ucrânia fica de novo marcada por outra operação militar de Kiev na Crimeia. O governador pró-russo diz que o ataque de drone provocou a morte de um adolescente no noroeste da península anexada.
Tanto a Ucrânia como a União Europeia acusam já a Rússia de destruir deliberadamente as infraestruturas de apoio à exportação de cereais. No ataque de quarta-feira, diz Kiev, foram destruídas sessenta mil toneladas de cereais, que dariam para alimentar 270 mil pessoas.
Putin promete reativar acordo, mas…
Em Moscovo, é Putin que acusa o Ocidente de hipocrisia, ao querer lucrar com exportação dos cereais ucranianos. Promete reativar o acordo logo que sejam levantados os entraves à venda dos fertilizantes e cereais russos.
“A condição básica para o regresso da Rússia ao acordo é o restabelecimento da sua essência humanitária inicial. Se todas estas condições, previamente acordadas, forem cumpridas - não são algo que eu tenha inventado agora -, voltaremos imediatamente ao acordo”, garantiu Putin.