O grupo paramilitar Wagner já abandonou a cidade de Rostov, na Rússia, tomada na madrugada de sábado durante a rebelião histórica contra o Presidente russo, Vladimir Putin. O grupo de mercenários chegou a estar a 200 quilómetros de Moscovo, mas durante a tarde o seu líder, Yevgeny Prigozhin, concordou em suspender o avanço sobre a capital russa após chegar a acordo com o Kremlin.
Germano Almeida diz que a grande questão que fica deste "dia surreal" é como é que um grupo de mercenários infligiu "o maior ataque à autoridade" de Putin, em mais de 20 anos no Kremlin.
"Prigozhin passa de cozinheiro de Putin ao grande desafiador dessa autoridade", afirma o comentador da SIC.
Na SIC Notícias, destaca o facto de, em poucas horas, o grupo Wagner ter "avançado alegremente de uma forma muito rápida por muitos quilómetros" da Rússia. No entanto, o mesmo grupo, ao serviço da Rússia, avançou muito lentamente e teve ganhos territoriais muito reduzidos durante os mais de seis meses em que esteve na zona de Bakhmut e Soledar.
Esta situação mostra "a grande fragilidade" da Rússia, segundo o comentador.
Apesar de falar numa aparente vitória de Putin, Germano Almeida afirma que o dia da rebelião vai ficar como "o símbolo dessa fragilidade que Putin se autoinfligiu com o erro brutal de ter avançado com a guerra na Ucrânia".
“Embora o grande risco para Putin ter, aparentemente, passado ontem [sábado] , a verdade é que não sabemos as verdadeiras consequências para a autoridade ou falta dela que isso possa significar. Nomeadamente, vai ficar muito mais difícil para Putin e para o regime russo esconder do povo russo aquilo que está na base deste problema - a invasão à Ucrânia.”