As Nações Unidas acusam Israel de no último mês ter matado quase 500 palestinianos em pontos de ajuda alimentar. Acrescentam que a Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, é uma aberração.
Perde-se a conta ao número de ambulâncias e de carroças que diariamente trazem corpos para um hospital em Khan Younis.
De acordo com os hospital e com o Ministério da Saúde de Gaza, só na manhã desta terça-feira chegaram 19 palestinianos que, durante a madrugada, foram abatidos pelo exército israelita enquanto tentavam chegar a um centro de distribuição de alimentos. Israel não confirma.
Não são só eles quem critica o sistema de ajuda humanitária implementado por Telavive.
Também as Nações Unidas duvidam da Fundação Humanitária de Gaza, uma entidade privada que é apoiada pelos Estados Unidos e por Israel e cujos centros de distribuição são geridos pelas forças militares israelitas.
"O recém-criado mecanismo de ajuda é uma abominação que humilha e degrada as pessoas desesperadas. É uma armadilha mortal que custa mais vidas do que as que salva", afirma Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.
Lazzarini diz que não resolve o problema das mais de dois milhões de pessoas que não têm o que comer.
A ONU e outras ONGs humanitárias recusam-se a trabalhar com a Fundação que Israel diz ser necessária para garantir que o Hamas não desvia as entregas. Mas nem sequer à população têm chegado.
A única coisa que lhes dá ânimo são as notícias de um possível cessar-fogo entre Israel e o Irão. Querem o fim das duas guerras: da que começou há uma semana e meia e da que já leva mais de um ano e meio.