Num dia marcado pelos encontros entre António Costa com João Galamba, com Marcelo Rebelo de Sousa e após a demissão do ministro das Infraestruturas, que minutos depois não foi aceite pelo primeiro-ministro, está “aberta a guerra com o Presidente da República que deixa todo o Governo fragilizado”, de acordo com José Gomes Ferreira.
Para Ricardo Costa esta atitude do primeiro-ministro “é péssima para o Presidente da República”, no sentido em que o chefe de Estado expôs e sobrepôs ao longo das últimas semanas, remodelações e dissoluções e, perante, “uma situação aguda não acontece aquilo que quer”.
“Isto mostra que Marcelo Rebelo de Sousa estar sempre a repetir a mesma coisa, enfraquece a palavra presidencial e mostra que, neste momento, ele não tem a força que outros Presidentes da República já tiveram”, reforçou.
Com a decisão de António Costa em não aceitar a demissão de João Galamba mostra que o Presidente da República ficou com menos força do que tinha, mas “não perdeu nenhuma capacidade de recorrer às suas bombas atómicas, mas aquelas armas que um chefe de Estado sempre teve de influência sobre o Governo, neste momento Marcelo Rebelo de Sousa não parece ter”, explicou Ricardo Costa.
José Gomes Ferreira acredita que “agora há um desafio claro para o Presidente da República que tinha dito há pouco tempo em relação a João Galamba quando passou para ministro das Infraestruturas: ‘se a solução não funcionar, tiraremos as conclusões’ e, mais recentemente, Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu a impossibilidade de João Galamba de continuar”.
“Decisão de manter João Galamba é corajosa”
Ricardo Costa defende que a decisão do primeiro-ministro é “corajosa do ponto de vista político, mas que tem um risco enorme porque a ideia de reduzir isto a uma noite em que tudo correu mal é uma maneira muito reduzida de ver o problema”.
"Esta é uma guerra aberta e o Presidente da República está a mostrar a sua força
Para José Gomes Ferreira, a decisão de António Costa deixa o Governo fragilizado e “se dúvidas havia, agora, tenho a certeza que este Governo não chega ao fim da legislatura”, concluiu.