Eleições nos EUA

DIA D-91: vice de Kamala e a batalha pelos estados decisivos

Opinião de Germano Almeida. A corrida à Casa Branca está tecnicamente empatada. Kamala deverá revelar nas próximas horas o seu vice-presidente.
Peter Zay/Getty Images

Germano Almeida

1 – Kamala na frente

Sondagem CBS News coloca a candidata democrata um ponto à frente de Trump, num duelo a dois (50/49) e dois pontos à frente em corrida a três: 49% para 47% de Trump e 2% de Kennedy (cuja campanha parece estar em queda livre).

A corrida está, por isso, tecnicamente empatada. Mantém-se a rota de recuperação democrata, desde a desistência de Biden e a emergência de Kamala, mas convém notar que a vantagem mínima que Harris dispõe neste estudo pode não chegar para uma eleição no Colégio Eleitoral (Hillary Clinton teve vantagem de 2,5% no voto popular em 2016 e isso não deu para vencer a Casa Branca).

A revelação, nas próximas horas, do vice-presidente (provavelmente Josh Shapiro, em alternativa Mark Kelly) e depois a Convenção de Chicago (19 a 22 deste mês) podem fazer aumentar a vantagem de Kamala nas sondagens nacionais, o que terá levado Trump a pretender o debate da FOX já no dia 4 de setembro, para fazer mudar o jogo novamente, logo nos primeiros dias do próximo mês.

2 – Tour pelos estados decisivos

Kamala inicia hoje um tour de cinco dias em sete estados decisivos: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Nevada, Arizona e Carolina do Norte.

Em Filadélfia, aparecerá pela primeira vez com o seu "running mate" (talvez Shapiro), seguem-se os restantes estados que vão definir o próximo Presidente dos EUA. A inclusão da Carolina do Norte reforça a ideia de que o mapa eleitoral dos democratas inclui esse estado onde Biden perdeu em 2020, Hillary em 2016 e até Obama em 2012.

Já Trump tenta o Minnesota, habitualmente território democrata. E dá sinais de algum nervosismo na Geórgia, estado onde terá de vencer, se quiser regressar à Casa Branca.

O ataque que fez ao governador republicano Brian Kemp -- recordando que este não lhe fez o jeito de inverter o resultado eleitoral nas presidenciais de 2020 -- teve reação fria em pleno comício trumpista. A correção da mensagem Trump tarda em acertar.

UMA INTERROGAÇÃO: Pode Donald Trump, que perdeu o Minnesota por apenas 1,5% para Hillary Clinton em 2016, mas já por 7.1% contra Biden, disputar este estado situado na parte norte do Midwest, que nas últimas quatro décadas só com Ronald Reagan deu o triunfo a um republicano?

UM ESTADO: Minnesota

Resultado em 2020: Biden 52,4%-Trump 45,3%

Resultado em 2016: Hillary 46,4%-Trump 44,9%

Resultado em 2012: Obama 52,7%-Romney 45,0%

Resultado em 2008: Obama 54,1%-McCain 43,8%

Resultado em 2004: Kerry 51,1%-Bush 47,7%

(nas últimas 13 eleições presidenciais, 12 vitórias democratas, 1 vitória republicana)

O estado do Minnesota tem 5,7 milhões habitantes:

  • 79,1% brancos
  • 5,6% hispânicos
  • 7,0% negros
  • 5,2% asiáticos
  • 50,2% mulheres
  • É o 22.º maior estado em área
  • É o 17.º estado mais rico

O Minnesota vale 10 votos no Colégio Eleitoral

Uma sondagem:

VOTO POPULAR NACIONAL | Kamala 50 - Trump 49 ; a 3: Kamala 49 - Trump 47 - Kennedy 2

(CBS News, 30 jul-2 ago)

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