O Partido Socialista (PS) e o Juntos Pelo Povo (JPP) vão aliar-se e apresentar uma proposta de solução governativa ao representante da República na Madeira. O anúncio foi feito, esta noite, pelos cabeças de lista dos dois partidos, Paulo Cafôfo e Élvio Sousa.
Em conferência de imprensa, Élvio Sousa afirmou que este entendimento é, acima de tudo, "uma assunção de responsabilidade".
"Estamos preparados para governar", defendeu, classificando o atual momento como "histórico" e uma "oportunidade única".
Paulo Cafôfo adiantou que vai “encetar diálogo” com todos os partidos representados no parlamento madeirense, à exceção de PSD e Chega, para “construir um apoio parlamentar mais robusto”. O socialista espera que outros partidos "se possam juntar" nesta "possibilidade de um novo governo na região".
O PS e o JPP esclarecem que vão recusar viabilizar qualquer solução governativa apresentada pelo PSD. O objetivo, explica, é “apresentar uma solução de governo conjunta ao representante da República”, para que possa ser nomeado um executivo regional formado por estes partidos.
Paulo Cafôfo considera que, após 48 anos de governação, o PSD é um “partido esgotado e sem resposta”, que teve, nestas eleições, “o pior resultado de sempre” e “não consegue formar maioria”.
“É preciso alternância para democracia saudável”, defendeu, sublinhando que este é “o momento de virar a página”.
O PS tinha aberto, logo no final da noite eleitoral, a porta ao diálogo para construir uma alternativa. Já o JPP tinha pedido uma "noite conselheira" para se pensar em soluções.
Recorde-se que os 11 mandatos do PS e os nove do JPP contabilizam um total de 20. À Direita, não há, para já, novidades mas uma coisa é certa: o Chega (que manteve os quatro deputados) com Miguel Albuquerque não fará “nenhum acordo de governação”.
O PSD/Madeira voltou a vencer e voltou a não conseguir maioria absoluta. Elegeu 19 (menos um) deputados e o CDS dois (menos um), quando no ano passado, em coligação, conseguiram, respetivamente, 23.
O PAN manteve o lugar mas BE e CDU perderam a representação parlamentar. Na corrida estavam ainda mais cinco forças políticas, que não conseguiram eleger: PTP, Livre, ADN, MPT e RIR.