Sebastião Bugalho assegura não haverá nem uma “geringonça” com o Chega, nem uma coligação com o PS. O eurodeputado social-democrata garante que AD não vai “violar a palavra” que deu aos eleitores. Mas alerta que é preciso não marginalizar o partido de André Ventura e os seus eleitores.
Em declarações à SIC Notícias, esta terça-feira, a partir de Bruxelas, Sebastião Bugalho rejeitou que a maioria dos eleitores e da base socialista esteja a favor de um “acordo de regime” entre a AD e o PS. A ideia foi lançada pelo eurodeputado socialista Francisco Assis. Mas Bugalho entende que os portugueses querem é “estabilidade encabeçada pela AD”.
“Não haverá qualquer tipo de coligação nem de acordo parlamentar semelhantes à geringonça”, garantiu o eurodeputado, que não exclui, contudo, o diálogo com todas as forças políticas.
“A AD apresentará o seu programa de governo e, para cumprir os objetivos e políticas públicas desse programa,está disponível a dialogar com todos os partidos com representação parlamentar”, declarou. “Uma coisa é estar aberta ao diálogo com todos, outra coisa é fazer acordos e negociações.”
Questionado sobre se o Governo poderá fazer em Portugal um “cordão sanitário” em torno da extrema-direita, à semelhança do que está a ser feito a nível europeu, Sebastião Bugalho responde que é preciso ter “uma atitude responsável” em relação àquele que deverá ser o segundo partido mais votado no país.
“Não podemos marginalizar aquele que poderá ser o segundo maior partido e os seus eleitores, e ao mesmo tempo também não devemos incluí-lo em matérias de soberania nas quais o Estado poderia estar em causa com o perigo dessa interferência”, defendeu.
Quanto à possibilidade de ocupar um cargo de ministro num novo executivo da AD, Sebastião Bugalho afirma que está a exercer o mandato de eurodeputado e que a questão “não se coloca".