O presidente do governo regional dos Açores defende que um futuro governo da AD tem de dialogar com todos os partidos, incluindo com o Chega. José Manuel Bolieiro entende que é preciso encontrar um “denominador comum” para garantir a governabilidade do país.
Em declarações à SIC, esta terça-feira, à margem de um evento em Lisboa, o líder do governo açoriano defendeu que Luís Montenegro “tem de falar com todos os partidos com representação parlamentar”.
"Foi isso que o povo, e o sistema eleitoral, ditou”, defendeu o social-democrata.
Para José Manuel Bolieiro, “há necessidade” de “diálogo” e “concertação”.
“É preciso encontrar um denominador comum em algumas matérias (...) que garanta a estabilidade e a governabilidade em Portugal”, defendeu o presidente do governo dos Açores.“É isso que eu recomendo que seja feito”, acrescentou.
O xadrez pós-eleições
A AD, coligação formada pelo PSD e pelo CDS, venceu as eleições legislativas antecipadas de domingo com 32,10% dos votos. Elegeu 86 deputados no continente e na Madeira, a que se somam mais três eleitos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores - um resultado que fica longe da maioria absoluta.
Nesta altura, quando ainda falta contar os votos dos portugueses que fiquem no estrangeiro, o PS tem 23,38% da votação, elegendo 58 deputados, os mesmos que o Chega, com 22,56% - mas que poderá ultrapassar os socialistas, assim que sejam distribuídos os mandatos escolhidos pelos círculos eleitorais da emigração.
Sem força suficiente do outro parceiro que lhe resta à direita – a Iniciativa Liberal, que se ficou pelos 9 deputados, com 5,53% dos votos -, o líder da AD, Luís Montenegro, deverá ficar dependente de entendimentos com o Chega ou com o PS para garantir a governabilidade.
Os líderes dos três partidos mais votados estão, esta terça-feira, a ser ouvidos pelo Presidente da República, no Palácio de Belém.