Atualmente a viver uma nova experiência no estrangeiro, Alexandre Santos partilhou as suas primeiras impressões sobre o futebol marroquino, destacando a paixão dos adeptos e a grandeza dos clubes locais.
"Encontrei clubes muito grandes, uma paixão louca pelo futebol. As pessoas abordam-me na rua, querem saber, querem conversar sobre futebol", afirma, em entrevista ao 'Além Fronteiras', o técnico de 48 anos que em dois jogos pela nova equipa ainda não perdeu.
Alexandre Santos considera que o futebol em Marrocos é semelhante ao do Médio Oriente, que se inspira muito no futebol inglês e nas grandes equipas mundiais, enchendo estádios com 80 mil espectadores.
"O Ramadão muda o ritmo de vida"
A viver num país muçulmano, o treinador português fala na dificuldade em debelar a questão do Ramadão, que limita o dia a dia da equipa.
"Alterar da noite para o dia e do dia para a noite acontece com facilidade para eles [jogadores]. Para mim, é mais difícil nas adaptações aos horários. Mudamos de ritmo de vida e de trabalho. Muda completamente", explica.
"Nunca tinha visto uma metralhadora tão perto de mim"
Em 2011, Alexandre Santos teve a primeira experiência no estrangeiro como adjunto de José Peseiro na seleção da Arábia Saudita, país que está na moda no futebol mundial. Uma passagem que não vai esquecer tão cedo.
"Houve um dia que fomos ao banco abrir conta e a segurança era tão grande, que nunca tinha visto uma metralhadora tão perto de mim. Peguei no telemóvel para tirar uma fotografia mas não tive tempo por que os seguranças tiraram-mo das mãos. Veio uma pessoa ter comigo dizer que não podia fazer aquilo e que podia ir preso. Depois veio o tradutor e explicou que erámos da seleção e acabou tudo em festa", contou.
Ao longo da carreira com mais de 20 anos, enquanto treinador principal, Alexandre Santos orientou clubes como o Real Massamá, Alverca, Sporting (sub-23) e os angolanos do Petro de Luanda.
Desempenhou o cargo de treinador-adjunto no Sporting de Braga, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Caen (França), Al Ahly (Egito), Al Wahda e Al Sharjah, ambos dos Emirados Árabes Unidos.