Aos 25 anos, abraçou o desafio de jogar no melhor campeonato do mundo, um objetivo com o qual sempre sonhou e que o deixa muito orgulhoso: "Sei o que tive de batalhar para chegar aqui. Dá-me um certo prazer, faz-me sentir que tudo valeu a pena", conta Jota Silva.
Em Nottingham, encontrou um clube histórico - campeão europeu em 1979 e 1980 -, de adeptos fervorosamente apaixonados. Como quase todos em Inglaterra. Estreou-se a titular a 28 de agosto de 2024, num jogo no City Ground (estádio do Forest) frente ao Newcastle. E logo com um golo, insuficiente para evitar a eliminação da Taça da Liga Inglesa.
"A forma como os adeptos ingleses vivem o futebol faz-nos estar sempre no limite. (...) Chegar e no primeiro jogo em casa ter 30 mil pessoas a cantar o nosso hino foi uma coisa inexplicável", recorda.
Protagonista de uma auspiciosa e inspiradora carreira, vincada por uma ascensão meteórica (em 2020 jogava na quarta divisão do futebol português, ao serviço do SC Espinho), deixa um conselho aos mais jovens, que lutam por um trajeto com similar brilhantismo: "É difícil, mas com trabalho e dedicação tudo se consegue. (...) Não arranjem desculpas e nunca desistam".
Nuno Espírito Santo "tem-me ajudado bastante e confia em mim"
Saiu de Portugal, mas, na primeira experiência além-fronteiras, pôde continuar a falar a língua de Camões, uma vez que no comando técnico dos "reds" encontrou Nuno Espírito Santo, treinador que continua a somar créditos em terras de Sua Majestade.
"Ele tem-me ajudado bastante e confia em mim. É a melhor coisa que um jogador pode sentir do treinador", afirma Jota.
"Tenho tido saudades da comida da minha mãe"
A mudança para um novo país exige inevitavelmente adaptações e a mais desafiante para Jota Silva poderá ter sido a gastronómica.
"Sou muito caseiro e aproveito o pouco tempo livre para conhecer a cidade e outras cidades inglesas. (...) A minha alimentação aqui é muito à base do que comia em Portugal", explica o jogador, que confessa sentir "saudades da comida da minha mãe".
"Quero que a minha chamada à Seleção seja regular"
Estreou-se ao serviço da Seleção A de Portugal em março do ano passado, num jogo particular frente à Suécia (5-2) disputado curiosamente na cidade que o catapultou para o mais elevado patamar do futebol internacional: Guimarães.
"Sabia que era possível ir [à Seleção] no Vitória, pela grandiosidade do clube e pela época que estávamos e que estava a fazer. Mas quero estar mais vezes, quero que a minha chamada seja regular e tenho trabalhado para isso", afirma.
Conta ser novamente convocado em breve e, para tal, confia que a extraordinária época que o Forest está a protagonizar - ocupa um incrível 3.º lugar, a seis pontos do líder Liverpool, depois de, na temporada passada ter escapado por pouco à despromoção - contribua de forma decisiva para esse objetivo.
Jota Silva fala ainda sobre a experiência desafiante de conduzir em Inglaterra e do encontro com o seu 'sósia' no futebol, Jack Grealish, avançado do Manchester City.