Um estudo da Confidencial Imobiliário divulgado esta quinta-feira revela que as rendas dos novos contratos em Lisboa caíram 2,2% no último trimestre do ano passado, confirmando a tendência de queda já registada no trimestre anterior.
Números que parecem colocar um travão ao ciclo de aumentos que se verificava desde 2022. Mas as rendas continuam a ser mais elevadas do que há um ano - 8,7% mais caras.
Lisboa continua a ser uma das cidades mais caras para se viver. O preço do metro quadrado para arrendamento ronda os 19 euros, um valor alto e difícil de suportar para muitas famílias mas que está em queda.
"Esta notícia de que as rendas baixaram 2%, obviamente que é uma redução muitíssimo reduzida face ao valor que elas atingiram anteriormente e que as tornaram incomportáveis para a maior parte das famílias", diz António Machado, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses.
A associação lamenta que a habitação não esteja a ser um tema central nesta pré-campanha, lembrando que a situação é crítica para muitos portugueses.
“Os contratos são todos muito curtos, muitos não renováveis, os arrendatários acabam por andar como uma espécie de turistas, sempre a mudar de casa. Além de as rendas serem muita altas e as soluções acabam por ser de partilha de casas, sobrelotação das casas, más condições de habitabilidade”, afirma António Machado.
No Porto, tendência ainda é subir
O mesmo estudo revela que no Porto as rendas continuam a aumentar. Menos, é certo, mas a tendência de subida manteve-se entre outubro e dezembro de 2023. As rendas dos novos contratos aumentaram 0,9%, após no trimestre anterior terem subido 3,2%.
A consultora imobiliária, que recolhe os dados do arrendamento com base na informação prestada por operadores privados, diz que no Porto o preço por metro quadrado está nos 15 euros - valor que atingiu níveis históricos.
Os dados oficiais sobre as rendas relativos ao último trimestre do ano passado só vão ser divulgados no final de março.