Há famílias com filhos deficientes que se dizem prejudicadas pelas novas tabelas de IRS. Para as Finanças, a valorização de um dependente com 60% ou mais de incapacidade passou da equivalência a cinco filhos saudáveis para três e meio.
O João passa os dias sentado a contemplar o mundo pela janela, aos 43 anos, a incapacidade é superior a 90% e faz com que dependa de terceiros para todas as tarefas diárias.
Luísa Albano, mãe de João, diz que as novas tabelas do IRS estão a prejudicar quem se encontra numa situação de dependência. Estas mudanças causam impacto no orçamento familiar.
"A minha taxa de retenção era de 20,4%, a partir de julho e apesar do vencimento base ser igual passou a ser de 22,35%", diz Luísa Albano, acrescentando que apesar de o despacho referir "que o trabalhador pode decidir qual a taxa de retenção, que é certo é que isso não está a acontecer”.
Contactado pela SIC, o Ministério das Finanças assegura que cabe ao trabalhador a opção de ajustar a taxa de retenção na fonte para ter mais rendimento disponível mensalmente e que esse mecanismo já se encontra acessível. Luísa acredita, porém, que pode haver algum desconhecimento e deixa o alerta.
“Não estamos todos a ser tratados por igual. Enquanto para uns reduz um pouquinho e ganham um pouquinho mais no fim do mês , no meu caso é o contrário, a mim interessa-me o valor mensal”, desabafou.
A tutela garante ainda que pode haver mudanças nas tabelas de IRS e outras alterações no plano fiscal, mas que isso será revelado na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano.