É nos rendimentos mais baixos, entre os 800 e os 900 euros, que as novas tabelas de IRS podem ter maior impacto. O salário líquido cresce entre 10 a 40 euros, dependendo do número de filhos e se o contribuinte é casado ou solteiro. Mas no próximo ano o reembolso será menor e, em alguns casos, em vez de receber, pode até ter de pagar.
As simulações feitas pela consultora Ilya para o Dinheiro Vivo, e a que a SIC teve acesso, mostram que dois trabalhadores casados com um filho maior de seis anos, que declaram cada um um salário bruto de 800 euros e que descontavam até aqui 28 euros para IRS, vão agora deixar de reter na fonte.
O que dá um total de mais 56 euros por mês. Mas, no próximo ano, este casal em vez de receber o habitual reembolso de 328 euros pode ter de pagar 119 euros.
Se tiver um rendimento ligeiramente superior, de 825 euros, já recebe reembolso em 2024. Mas muito menos do que está habituado. Este ano recebeu 590 euros, no próximo pode receber pouco mais de 60.
Para os pensionistas com rendimentos mais baixos, o cenário é mais ou menos o mesmo. Um casal que recebe 825 euros cada, vai passar a reter na fonte apenas 15 euros, o que dá no final do mês mais 64 euros a cair na conta. Mas em 2024, em vez de receber cerca de 158 euros, pode ter de pagar 353.
O mesmo acontece com um casal com pensões de 850 euros cada, recebia 72 euros de reembolso mas no próximo ano pode ter de pagar 280.
Mas estes são casos específicos, que têm em conta casais que deduzem 500 euros com encargos gerais familiares e outros cerca de 500 euros com a renda.
O aumento no final do mês e o reembolso ou pagamento no próximo ano vão sempre variar de caso para caso. Porém, há algo certo: se vai descontar menos todos os meses, o salário líquido vai crescer, ainda que ligeiramente, e isso significa sempre que para o reembolso do ano seguinte, as contas serão outras.