Jon Fosse é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2023. O galardão foi anunciado, esta quinta-feira, pela Real Academia das Ciências da Suécia.
O escritor norueguês, de 64 anos, foi distinguido pelas suas "peças inovadoras e prosa que dão voz ao indizível”, ao que não se pode exprimir por palavras, destacou o secretário permanente do Comité Nobel, Mats Malm, numa cerimónia em Estocolmo.
Malm disse já ter falado com Fosse, que estava a conduzir pelo campo, a norte de Bergen, na Noruega, e tiveram oportunidade de discutir detalhes sobre a semana Nobel, em dezembro, quando os prémios são entregues.
“Estou emocionado e agradecido. Vejo-o como um prémio para a literatura que primeiro, e acima de tudo, procura ser literatura, sem outras considerações”, afirmou Jon Fosse, numa primeira reação à conquista do galardão, divulgada pela sua editora, a Samlaget.
A sua mais recente obra de Jon Fosse é também a de maiores dimensões: “Septologia”, está repartida em sete partes, agrupadas em três volumes. O primeiro, com o título “O outro nome”, já está traduzido para português e foi lançado no nosso País em novembro de 2022, pela editora Cavalo de Ferro.
O segundo, “O eu é um outro”, chega às bancas nacionais a 6 de novembro, apurou a SIC. Fica a faltar a terceira e final peça desta história, “A new name” ou “Um novo nome”, numa tradução livre para português.
Outras obras estão já também publicadas em Portugal, com destaque para o trabalho feito pelos Artistas Unidos, que desde 2000 encenam as suas peças, a começar com "Vai Vir Alguém", levada ao palco por Solveig Nordlund.
Nos Livrinhos de Teatro, dos Artistas Unidos e da editora Cotovia, estão publicadas "A Noite Canta os seus Cantos", "Inverno", "Lilás", "Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices", e "Sou o Vento/Sono/O Homem da Guitarra".
“Um dos mais representados dramaturgos no mundo”
"A sua imensa obra, escrita em norueguês e abrangendo uma série de géneros, consiste numa grande variedade de peças de teatros, romances, coleções poéticas, ensaios, livros para crianças e traduções. Apesar de ser um dos mais representados dramaturgos no mundo, também se tornou crescentemente reconhecido pela prosa", acrescentou a Real Academia das Ciências da Suécia.
O Prémio Nobel da Literatura é um dos mais esperados. Em 2022, este galardão foi entregue à escritora francesa Annie Ernaux pela “coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e as restrições coletivas da memória pessoal”.
José Saramago foi também distinguido com este prémio em 1998, sendo o único escritor português a receber um Nobel. Na altura, a Real Academia de Ciências da Suécia elogiou as “parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia” de Saramago, afirmando que estas permitem “aprender novamente uma realidade ilusória”.
Durante a semana foram já anunciados três Prémios Nobel. Na categoria da Fisiologia e Medicina, foram distinguidos Katalin Karikó e Drew Weissman pelo trabalho desenvolvido com RNA mensageiro; na Física, os investigadores Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier foram galardoados pelo método que “permite gerar pulsos de luz de attossegundos”; e na Química, Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov receberam o prémio pela “descoberta e síntese dos pontos quânticos".
Os restantes Prémios Nobel serão anunciados nos próximos dias. Segue-se o galardão da Paz (6 de outubro) e da Economia (9 de outubro).
Com Lusa
[Notícia atualizada 12:46]