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Prémio Nobel da Medicina atribuído a Katalin Karikó e Drew Weissman

O Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina é o primeiro a ser conhecido. A investigação galardoada foi a base para o desenvolvimento das vacinas de mRNA, nas quais se inclui, entre outras, as vacinas contra a covid-19.

Filipa Traqueia

Joaquim Ferreira

Lúcia Amorim

A Real Academia das Ciências da Suécia anunciou, esta segunda-feira, o vencedor do Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina 2023: Katalin Karikó e Drew Weissman foram galardoados pelas suas descobertas “sobre modificações de bases de nucleosídeos que permitiu o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes contra covid-19”.

“Através das suas descobertas inovadoras, que mudaram fundamentalmente a nossa compreensão sobre como o mRNA interage com o nosso sistema imunitário, os laureados contribuíram para a taxa sem precedentes de desenvolvimento de vacinas durante uma das maiores ameaças à saúde humana nos tempos modernos”, avança a Real Academia das Ciências da Suécia.

Os dois investigadores descobriram que a células in virto reconheciam o mRNA “de substâncias externas, o que levava à ativação e libertação de moléculas de sinalização inflamatória”. Tendo em conta a observação, Karikó e Weissman testaram várias cadeias de mRNA - “cada uma com alterações químicas únicas na sua base” - para perceber o efeito nas células.

“Esta foi uma mudança de paradigma na nossa compreensão de como as células reconhecem e respondem a diferentes formas de mRNA. Karikó e Weissman entenderam imediatamente que a sua descoberta tinha um significado profundo para o uso do mRNA como terapia."

A descoberta dos dois investigadores está base do desenvolvimento de vacinas contra o Zika, o MERS-CoV e, mais recentemente, o SARS-CoV-2 - responsável pela doença de covid-19.

"A impressionante flexibilidade e velocidade com que as vacinas de mRNA podem ser desenvolvidas abre caminho para o uso destas novas plataformas também para vacinas contra outras doenças infecciosas", afirma ainda a Real Academia das Ciências da Suécia.

Katalin Karikó e Drew Weissman seguem-se a Svante Pääbo, que venceu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina em 2022. O biólogo sueco foi distinguido pela investigação de “genomas de hominídeos extintos” e na área da “evolução humana”, tendo recebido o prémio 40 anos depois do pai, Sune Bergstroöm.

Este é o 114.º Prémio Nobel da Medicina a ser entregue pela Real Academia das Ciências da Suécia. O primeiro Nobel da Medicina foi entregue em 1901.

Os restantes Prémios Nobel serão anunciados nos próximos dias. Segue-se o galardão da Física (3 de outubro), da Química (4 de outubro), da Literatura (5 de outubro) da Paz (6 de outubro) e da Economia (9 de outubro).

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