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Preços e exigências podem travar “sonho” de casar nos Jerónimos ou em Fátima

O sonho de muitas noivas de casar nos Jerónimos ou em Fátima pode ser travado pelos preços ou regras impostos pelos monumentos, que não permitem qualquer música ou que se mande pétalas aos noivos, por exemplo.

Santuário de Fátima (Lusa)
PAULO CUNHA

Marcar um casamento num monumento nacional não é difícil: basta a data  que prefere estar livre e aceitar o preço que lhe pedem. Porque os custos  também variam de monumento para monumento. 

Numa ronda feita pela agência Lusa por vários monumentos nacionais,  registámos que o Santuário de Fátima é dos locais onde as exigências são  maiores. 

Lá, os casamentos na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima,  celebrados pelo capelão do Santuário, só se realizam aos sábados, ao meio-dia.

Se os noivos não se importarem, o Santuário permite que seja feito mais  do que um casamento em simultâneo. 

A seleção das músicas é totalmente escolhida pelo Santuário, que assegura  também a presença de um organista e de um solista. 

Quanto à decoração, é permitido que os noivos decorem a balaustrada,  em frente ao altar. 

O que não se pode fazer é lançar confettis, flores, arroz, ou outro  tipo de objetos sobre noivos ou convidados para se manter a limpeza e segurança  do espaço. 

Quanto a preços, a taxa do Santuário é de 50 euros e a da Câmara Eclesiástica  de Leiria é de 33 euros. 

No Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, só se fazem casamentos ao sábado  de manhã e os noivos podem escolher as músicas, desde que sejam litúrgicas.

"Se for uma música de um filme ou uma música de namoro não aceitamos",  disse uma funcionária da paróquia. 

Também na decoração há limites: não se podem enfeitar todos os altares,  não se podem entrelaçar tules ou fitas nos bancos e também não são permitidos  balões. 

Casar nos Jerónimos custa entre 140 a 170 euros, dependendo se é residente  na diocese ou não. 

Cem euros é o valor que os noivos têm de pagar se quiserem casar no  Cristo-Rei, onde não é permitido colocar flores no altar que "impeçam que  o pão e o vinho sejam vistos pelas pessoas que estão a participar na eucaristia",  indicou fonte do monumento. 

Aqui já é permitido "outro estilo de música" que não o religioso, mas  "não pode ser muito violento" porque tem de se ter "algum respeito pelo  local". 

Este ano estão previstos realizar-se cerca de 40 casamentos no Cristo-Rei.

O principal entrave para a realização de casamentos no Castelo de São  Jorge, em Lisboa, é o facto de os carros não poderem entrar. 

Apesar de não fazer bodas, o Castelo realiza cerimónias civis a qualquer  dia da semana e o preço depende do número de convidados (oito euros por  pessoa). 

O Palácio da Pena, em Sintra, também realiza casamentos civis, mas só  ao fim da tarde e para um máximo de 100 pessoas. 

Outro entrave pode ser o valor cobrado: para dizerem "sim" naquele monumento,  os noivos têm de pagar 1.500 euros mais IVA. 

O Santuário do Bom Jesus de Braga é o mais procurado pelas noivas: só  no ano passado realizou 84 casamentos. 

Para o ano "já há muitas marcações", segundo o Cónego Tinoco, que acrescentou  que aparecem noivos de todo o país e muitos emigrantes para casar naquele  Santuário. 

Os noivos têm de respeitar as "normas da igreja católica" no que respeita  à escolha das músicas e da decoração e pagam uma taxa de 50 euros. 

O cónego não se lembra de nenhuma noiva que tenha subido a escadaria  do Santuário, mas "muitos já optaram pelo elevador".   

À beira-rio, a igreja dos Terceiros de São Francisco, no Porto, prende-se  pela particularidade de serem os noivos a tratar de tudo: até de levar um  padre. 

Além disso, quando decorarem a igreja não podem estragar o mobiliário  nem a talha dourada e não podem colar nada aos bancos ou paredes. 

Para casar no Mosteiro da Batalha, os noivos têm de "cumprir as normas  litúrgicas" e não se permite músicas de filmes, por exemplo, disse o padre  José Gonçalves. 

Afirmando que os noivos têm de pagar "um pequeno preço", o padre disse  que atualmente o Mosteiro realiza cerca de metade dos casamentos que fazia  há "seis, sete anos". 

"Agora fazemos cerca de 50 por ano", afirmou. 

Lusa

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