O Governo admite reduzir o imposto sobre as empresas que lucram mais de um milhão e meio de euros mas não quer comprometer as contas públicas.
A proposta surge como uma exigência do Chega, que condiciona o seu apoio à descida do IRC a essa medida concreta. O tema foi debatido esta quinta-feira na Assembleia da República, numa altura em que o Executivo de Luís Montenegro continua à procura de apoios para viabilizar o Orçamento do Estado.
Inicialmente fora das negociações, a descida do IRC volta agora à mesa, aproximando o Governo do Chega. Em troca do seu apoio, o partido exige uma redução do imposto aplicado às empresas com maiores lucros.
O ministro das Finanças mostrou abertura à medida, mas sublinhou que não será aplicada de imediato.
À esquerda, a proposta é rejeitada. Os partidos mais à esquerda opõem-se frontalmente a qualquer descida do IRC. Já o PS apenas admite essa hipótese caso a redução beneficie empresas que invistam no interior do país e aumentem salários.
Ainda assim, o Governo mantém a intenção de reduzir gradualmente o IRC: prevê-se uma taxa de 19% em 2026 e 17% em 2028.
A proposta será votada esta sexta-feira.