A ideia era transformar em dados o que pensam e sentem os professores. Numa época marcada por protestos constantes, há um número que chama a atenção. A esmagadora maioria escolheu esta profissão e voltaria a fazê-lo.
"É algo bom de se saber. É reconfortante saber que estas pessoas, que têm um impacto enorme na vida das nossas crianças, estão lá porque gostam muito", diz Miguel Herdade.
Mas a vocação não chega. Um em cada cinco dos mais velhos pensa em deixar a profissão, uma percentagem que sobe para metade entre os mais novos. Um número preocupante numa altura em que faltam quase cinco mil professores nas escolas.
"Se calhar o nosso futuro está comprometido, sobretudo num momento em que tantos professores mais velhos se vão reformar e vão ser precisos professores mais novos. Queixam-se, e com razão, da saúde mental, dos problemas sociais, da violência na escola e famílias e da subnutrição sobretudo nas escolas mais desfavorecidas", acrescenta.
É preciso uma reforma para combater os baixos salários, a burocracia e o peso dos problemas sociais. O estudo diz ainda que 42% dos professores da escola privada ponderam mudar para a escola pública. Uma das razões apontadas é que é a formação contínua.