O Governo anunciou, esta quarta-feira, o regresso de mais de 90 professores às escolas para assegurar horários por preencher.
Em comunicado, o Ministério da Educação, que diz ter como "prioridade máxima" garantir aulas a alunos sem professor, informa que mais de 90 docentes vão regressar às escolas.
Nenhum dos professores ficará geograficamente afastado do atual local de trabalho, garante o ministro Fernando Alexandre.
Vão assegurar aulas a "milhares de alunos" nas escolas ou nos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) onde se registam maiores dificuldades de contratação.
Pertencem a Grupos de Recrutamento (GR) carenciados, sobretudo ao GR 110 (1.º Ciclo do Ensino Básico), ao GR 300 (Português – 3.º Ciclo e Secundário), ao GR 500 (Matemática – 3.º Ciclo e Secundário) e ao GR 550 (Informática – 3.º Ciclo e Secundário).
No comunicado, o Ministério da Educação realça que a escassez de professores e a ausência de aulas "lesa o percurso escolar" de milhares de crianças e jovens, "compromete" o investimento das famílias e do Estado e "fere a confiança" da sociedade na escola pública.
Nesse sentido, reconhece que é "responsabilidade do Governo encetar todos os esforços" para acabar com situações de alunos sem aulas por períodos prolongados.
Onde trabalhavam estes docentes?
A identificação dos professores resultou de um "cruzamento" das necessidades das escolas com os que permaneciam em situação de mobilidade nos serviços do MECI, explica o ministério.
Os docentes estavam "em funções nos serviços do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI)", isto é, na Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), na Direção-Geral da Educação (DGE), na Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), na Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), na Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) e no Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE).
Fenprof garante que há mais de 90 mil alunos afetados pela falta de professores
Afinal, quantos professores estão em falta?
A Fenprof contraria as sucessivas declarações do ministro da Educação sobre a falta de professores. Diz que a situação este ano letivo é ainda mais grave e que há cerca de 93 mil alunos afetados. Uma falha sentida, sobretudo, no primeiro ciclo em cerca de cinco mil crianças.