De acordo com um estudo recente, publicado na revista científica de medicina BMC, uma dieta vegan pode mesmo ser a chave para reduzir a idade biológica.
Nesta investigação, os cientistas pegaram em 21 pares de gémeos idênticos adultos. Dentro de cada par, puseram um dos gémeos a fazer uma alimentação vegan, enquanto o outro continuava a comer alimentos de origem animal.
No final do estudo, os gémeos que tinham feito a dieta vegan tinham reduzido a metilação no ADN (isto é, a reação química em que uma pequena molécula se junta ao tecido genético - um indicador do envelhecimento).
Apesar desta investigação apontar para a dieta vegan como a melhor forma de reduzir a idade biológica, é certo que abdicar do consumo de produtos de origem animal não é para todos. Por isso, uma série de especialistas, ouvidos pela Sky News, estabeleceram um guia de como, através de uma alimentação variada, prevenir o envelhecimento e viver de forma mais saudável.
O pequeno-almoço
Há quem diga que o pequeno-almoço é “a refeição mais importante do dia”. Ora, os especialistas defendem que este deve ser, sobretudo, um momento de relaxamento.
Se, para muitos de nós, é difícil parar para comer, no corrupio das manhãs, saiba que é isso mesmo que deve ser feito. Parar 10 minutos para tomar o pequeno-almoço vai ajudar o corpo a digerir melhor os nutrientes, além de reduzir os níveis de stress (que afetam a absorção de antioxidantes, contribuindo para o envelhecimento das células).
“Temos de pensar não só no que comemos, mas em como comemos. É aí que conseguimos os maiores ganhos, em termos de envelhecimento”, aponta a nutricionista Laura Clark
O almoço
A ideia não é nova, mas os especialistas garantem que se mantém válida: quanto mais colorida for a refeição, mais saudável será e mais ajudará a combater o envelhecimento (e não, um prato de guloseimas coloridas não conta).
Quanto mais colorido for um vegetal ou uma fruta, mais fitoquímicos terá - e é esse o truque. “Os fitoquímicos que encontramos num arco-íris de plantas reduzem o stress oxidativo”, afirma a nutricionista Linia Patel, que se refere a danos causados nas células e que também têm impacto no envelhecimento
A especialista alerta também para o consumo de fibra, que ajuda a balançar o organismo (e a combater problemas de saúde mental como a ansiedade e a depressão). A fibra pode ser encontrada nos cereais integrais, mas também nas leguminosas, como os feijões e as lentilhas, por exemplo.
Os nutricionistas aconselham ainda a ter cuidado com os açúcares e hidratos de carbono refinados, que podem inflamar o corpo e ajudar ao desenvolvimento de doenças que afetam a esperança de vida.
O jantar
Entre os especialistas, há também quem defenda que, mais do que o que se come, o sucesso de uma dieta antienvelhecimento está, sobretudo, no que não se come. Isto é, as dietas demasiado calóricas poderão estar a sabotar a sua juventude.
Uma “pequena mas significante redução diária de calorias” pode, de facto, ser muito benéfica - isto porque obriga o corpo a “limpar-se” e a descartar células mortas, perante a entrada de menos energia. A teoria tem sido defendida em vários estudos publicados em revistas como a Nature Ageing.
Mas o grande segredo, com que todos os nutricionistas ouvidos concordam, é, afinal, um só: a moderação. Aplicar pequenas alteraçõess em direção a uma vida saudável, que possam tornar-se rotinas consistentes, em vez de procurar uma mudança drástica do dia para a noite.
E se, no final do jantar, lhe apetecer uma sobremesa, não vai ser o fim do mundo por ceder uma ou outra vez. “Não se preocupe tanto com aquele donut”, concluem os nutricionistas.