A 12 de junho foi feito o primeiro transplante de córneas já provenientes do banco de cultura, o primeiro no país. Até agora os tecidos ficavam numa câmara de refrigeração, mas a técnica de cultura permite ampliar a resposta e melhorar os resultados.
“Pelo método antigo de conservação havia muitos dadores que estavam excluídos e agora temos um número muito maior de dadores elegíveis para transplante e além disso aumentar o tempo de conservação das córneas o que nos permite uma organização em termos logístico muito menor em termos de otimização dos blocos”, diz Luís Oliveira, coordenador do programa de transplante de córnea da ULS Santo António.
A falta de córneas motivou a criação deste projeto do hospital de Santo António. O objetivo é duplicar o número de transplantes.
“É usado, no fundo, nas pessoas que têm a córnea sem a sua função normal que é a transparência da imagem que para que a luz possa incidir na retina tem de passar por várias estruturas. A parte mais anterior do olho é a córnea e quando ela está mais opacificada, ou estruturada ou sofreu uma infeção vai perder qualidade e a imagem vai decair muito”, explica Pedro Menéres, diretor do serviço de oftalmologia da ULS Santo António.
Carla esperou quatro meses para fazer o primeiro transplante e ter a vida de volta. Tinha uma doença que deforma as córneas. Há uma semana, fez o transplante do olho esquerdo.
“Não conseguia conduzir à noite, o simples facto de alguém passar por mim de carro, cumprimentar-me, eu não sabia quem era a pessoa que me estava a cumprimentar. Começou a ser mesmo muito complicado”, conta Carla Abreu, utente da ULS santo António.
Ao novo banco chegam colheitas de 6 hospitais da região norte. Mas para que a resposta seja a desejável, será preciso reforçar a equipa.