Quer cozinhe por gosto ou apenas por necessidade, esta é uma informação que deve reter e ter em conta na confeção das próximas refeições. Ao cozinhar, sobretudo a altas temperaturas e determinados alimentos, é “naturalmente formada” durante esse processo a acrilamida.
O nome, possivelmente não lhe dirá nada, mas é importante que o fixe. Trata-se de uma substância química que se forma “em produtos alimentares amiláceos quando são cozinhados a altas temperaturas (acima de 120°C) e em condições de baixa humidade, nomeadamente, alimentos feitos de cereais, tais como cereais de pequeno-almoço, bolachas, torradas e café”.
Também produtos de batata e/ou batata-doce como batatas fritas, são exemplos de alimentos com níveis mais elevados de acrilamida.
“A exposição à acrilamida oferece possíveis efeitos nocivos no sistema nervoso, no desenvolvimento pré e pós-natal e na reprodução masculina”, alertam especialistas da EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos), apesar de reconhecerem que estes efeitos não são, para já, “considerados preocupantes”, tendo em conta os atuais níveis de exposição alimentar.
Que práticas deve passar, então, a ter em conta para evitar a exposição à acrilamida? É precisamente a isso que pretende dar resposta a campanha #EUChooseSafeFood, lançada pela EFSA em parceria com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e que dá três dicas a ter em conta quando cozinhar:
1. Cozinhe os alimentos a temperaturas mais baixas: evite fritar, grelhar ou assar alimentos a altas temperaturas, e deixar a superfície dos alimentos demasiado tostada ou queimada. Se o alimento que está a cozinhar é rico em amido, cozinhe-o por um período mais longo com uma temperatura reduzida.
2. Opte por métodos de cozedura mais saudáveis: dê preferência a métodos de cozedura mais saudáveis, como cozinhar a vapor, ferver, cozinhar no forno ou grelhar em vez de fritar. Estes métodos reduzem a formação de acrilamida.
3. Varie a sua dieta: uma dieta variada e equilibrada é sempre recomendado. Além de ajudar a reduzir a exposição à acrilamida, garante uma ingestão variada de nutrientes essenciais.
“A acrilamida é formada a partir de açúcares e aminoácidos, principalmente um chamado asparagina, que estão naturalmente presentes em muitos alimentos”, destaca Filipa Melo de Vasconcelos, subinspetora-Geral da ASAE. E, embora seja "praticamente impossível eliminar a acrilamida dos alimentos amiláceos cozinhados, é possível reduzir a sua quantidade seguindo os conselhos que a campanha transmite”.
Além de Portugal participam na campanha #EUChooseSafeFood 2023 a Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Chéquia, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Polónia, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Macedónia do Norte.