Um estudo divulgado esta sexta-feira revelou que um quarto da população jovem adulta dedica pouco tempo, ou nenhum, a cozinhar e tende a desvalorizar os benefícios práticos de confecionar e consumir refeições em casa regularmente, valorizando mais a convivência.
De acordo com um trabalho publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, a socialização e o entretenimento proporcionado pelo consumo alimentar não-doméstico são fatores valorizados pelos jovens no momento da refeição, sendo que dois terços das refeições consumidas pelos cidadãos residentes em Portugal são de confeção não-doméstica, mesmo quando sejam consumidas em casa.
A equipa de investigação destacou que metade dos portugueses dedica pelo menos uma hora a cozinhar, enquanto 27% cozinha, mas passa menos de uma hora por dia a confecionar refeições e duas em cada 10 pessoas nunca cozinham.
As refeições ao pequeno-almoço e ao lanche são aquelas em que são mais ingeridos alimentos não preparados em casa (90%).
As famílias com rendimentos mais elevados gastam o dobro em alimentação e encomendam comida para casa oito vezes mais do que os agregados com menores rendimentos, de acordo com as conclusões do estudo “Como comemos o que comemos: Um retrato do consumo de refeições em Portugal”.
Optar por jantar fora de casa acontece apenas 13% das vezes e nestas ocasiões é mais frequente ocorrer em casa de amigos e familiares (6%) do que em restaurantes (4%).
O estudo concluiu igualmente que uma alimentação baseada em produtos que não são confecionados em casa está associada a um menor nível de atividade física.
"Além disso, afasta os portugueses de uma dieta mediterrânica, que é considerada mais saudável", sublinharam os autores do trabalho.