A Ilha da Páscoa, Rapa Nui para os locais, é um dos lugares mais remotos e misteriosos do mundo. Este pedaço de terra perdido no sul do Pacífico faz parte da Polinésia e pertence ao Chile, é conhecido sobretudo por estas gigantescas estátuas com milhares de anos, que até hoje são um mistério e alimentam inúmeras teorias mais ou menos imaginativas.
Mas nem a isolada Ilha da Páscoa consegue fugir aos sinais dos tempos, Rapa Nui já foi invadida pelos famigerados microplásticos.
Os biólogos dizem que os microplásticos já representam um perigo para toda a vida da ilha.
E o pior é que os locais pouco ou nada podem fazer para travar esta ameaça. Até porque a maior parte do plástico que chega à ilha, vem de longe.
À vista de drone, grande parte da costa norte do chile parece um território seco e inóspito, sem condições aparentes para permitir a subsistência de qualquer ser vivos mas um olhar mais aproximado revela surpreendentes marcas da atividade humana. Uma realidade antiga e fugaz que apenas pode e deve ser admirada a uma certa distância.
Os geoglifos da Reserva Nacional da Pampa do Tamarugal estão cada mais ameaçados pela destruição.
Pouco importa o sem número de placas e tabuletas colocadas no sopé dos montículos da região para tentar impedir a passagem de veículos todo o terreno que desfiguram e apagam cada vez mais este património de todos.
Mas para além do propósito estético, os geoglifos cumprem uma função: a de garantir condições de sobrevivência dos povos originários em toda a região dos Andes da América do Sul.
Se era assim há mil anos, assim continua a ser porque sem água não há vida, aqui tal como em outras partes do mundo. Os geoglifos são manifestação cultural das atividades económicas exploradas neste vasto e difícil território ao longo de séculos.
Com o turismo chegaram novos desafios e riscos para a paisagem todo um património milenar que pode desaparecer em apenas segundos. Responsabilidades individuais e coletivas numa obrigação de preservar as marcas da cultura de um passado que é de toda a humanidade.