A "histórica" cimeira da NATO, que acontece em Haia, fica marcada pela instabilidade no Médio Oriente, uma situação que levou à intervenção dos Estados Unidos da América. Este e outros temas em análise na rubrica "Esta Semana" com Ricardo Costa e Maria João Avillez.
Ricardo Costa entende que a cimeira da NATO, que arrancou esta terça-feira em Haia, “é histórica”, mas “começa mal com um SMS bajulador” de Mark Rutte, secretário-geral da Aliança, para Donald Trump sobre o ataque dos EUA contra o Irão:
“É uma vergonha do ponto de vista diplomático do atual secretário-geral da NATO. É uma coisa que não tem qualquer tipo de lógica ainda por cima num político muito experiente como Mark Rutte, que foi primeiro-ministro dos Países Baixos durante mais de 10 anos. É uma pessoa altamente experimentada.”
Para o comentador da SIC esta situação “é grave pelo conteúdo” e pela “falta de noção”.
Sobre a cimeira da NATO diz que será “histórica” devido ao reforço do investimento em defesa por parte dos Estados-membros, mas antes deste “problema orçamental”, aponta, há outro “que poderá ter um lado bom daqui a cinco ou 10 anos”:
“Os Estados Unidos estão a abandonar progressivamente a Europa, não no sentido literal. É uma mudança brutal, é a maior mudança que o continente europeu tem desde a II Guerra Mundial, se excluirmos a queda do muro de Berlim.”
Maria João Avillez considera que Portugal deve acompanhar esta cimeira “com a responsabilidade de se tornar um pouco mais relevante” e mostra-se “estupefacta” com o silêncio do Governo relativamente à evolução do conflito no Médio Oriente.
“Ninguém sentiu a necessidade de vir a público falar e informar os portugueses daquilo que está a ocorrer no mundo”, refere a comentadora, antes de discordar de Ricardo Costa quanto à SMS “bajuladora”:
“O Mark Rutte sabe que a NATO precisa muito de desenvolver o pilar europeu, com certeza, mas precisa dos EUA.”