A larga experiência levou-o escrever o livro técnico “Relato de Futebol – narração na rádio, tv e internet”, editado pela Bluebook, como forma de partilhar o seu conhecimento. Na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, em 2004, o FC Porto, então orientado por José Mourinho, deslocou-se a Old Trafford. Os dragões estavam em desvantagem até que Costinha, já nos minutos finais, marcou o golo que ditou o afastamento dos ingleses: “Relatei o golo com muita emoção, mas o senhor Peter Schmeichel não gostou.”
Pedro Azevedo estava a narrar o Vitória-Benfica, em 2004, em que o avançado húngaro do Benfica sucumbiu em campo. “Infelizmente, eu e os meus colegas apercebemo-nos logo que a situação era grave. Foi o momento mais dramático que relatei até hoje. Ainda me custa descrever aquilo que se passou em Guimarães”,revela. No sentido oposto, ao longo dos quase 40 anos de carreira, Pedro Azevedo lembra episódios bem mais animados. Uma dessas situações aconteceu num jogo em Viana do Castelo onde teve de narrar dentro da cabine do speaker. “Só havia lugar para um. Eu entrei e o funcionário do clube saiu. Só que naquela sala também se alugavam as almofadas para os adeptos se sentarem. Cada almofada custava 25 tostões. Nos primeiros dez ou quinze minutos, era eu a distribuir as almofadas. As pessoas pousavam o dinheiro e eu agarrava nas almofadas ao mesmo tempo que narrava o jogo.”
O futebol é o ponto de partida nestas conversas sem fronteiras ou destino agendado. Todas as semanas, sempre à quinta-feira, Luís Aguilar entra em campo com um convidado diferente. O jogo começa agora porque Ontem Já Era Tarde.