O bombardeamento, que Telavive descreve como cirúrgico, teria como alvo duas das mais destacadas figuras políticas do Hamas. Ambos terão sobrevivido.
Além de ter provocado um número ainda indeterminado de vítimas e reduzido a escombros o edifício onde decorreria uma reunião sobre um eventual acordo de cessar-fogo, o ataque poderá ter atingido mortalmente a relação diplomática entre Israel e o Catar.
Coloca também em causa o papel do Catar enquanto mediador das conversações para um cessar-fogo em Gaza. Doha e o Cairo têm sido os principais palcos das negociações indiretas entre Israel e o Hamas.
O ataque acontece quando as forças israelitas preparam o assalto terrestre à cidade de Gaza, que pode fazer implodir o pouco que resta de uma solução diplomática. O Catar considerou o bombardeamento um ataque cobarde e uma flagrante violação do direito internacional e recebeu o apoio imediato dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.
Além de abrir uma nova e inédita frente de conflito no Médio Oriente, o bombardeamento à capital do Catar ameaça indiretamente as relações entre os Estados Unidos e os países do Golfo Pérsico, em que Donald Trump tanto tem apostado. Washington terá tido conhecimento prévio.