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Geração Z lidera protestos contra corrupção e censura digital no Nepal

Os protestos no Nepal, desencadeados pelo bloqueio de 26 redes sociais e agravados por questões de corrupção e desemprego jovem, resultaram em 19 mortes e mais de 400 feridos. A violência levou ao encerramento do aeroporto de Katmandu e a pedidos de investigação por parte das Nações Unidas e da Comissão Europeia.

João Tomás

Subiu para 19 o número de vítimas mortais dos protestos no Nepal. O primeiro-ministro não resistiu à pressão e acabou por se demitir depois de os manifestantes terem incendiado a sua própria casa. Em causa estão manifestações contra a corrupção e o bloqueio das redes sociais.

São 26 as redes sociais bloqueadas pelo governo do Nepal. O bloqueio abrange o Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e o X.

Nos últimos dias, os protestos intensificaram-se depois da proibição digital.

A geração Z foi para as ruas, e as autoridades responderam com o uso excessivo da força. Já morreram pelo menos 19 pessoas e mais de 400 feridos estão hospitalizados. Foram utilizados ainda canhões de água e gás lacrimogéneo.

Para além da proibição digital, os protestos tiveram também como alvo a corrupção, o desemprego jovem, que, de acordo com o Banco Mundial, ultrapassa os 20%, e os chamados NEPO KIDS, ou seja, filhos de políticos que exibem uma vida de luxo.

Os protestos provocaram a demissão do primeiro-ministro Sharma Oli, depois de os manifestantes terem incendiado a casa do agora ex-chefe do governo. Para além da residência de Sharma Oli, também o Parlamento e vários edifícios governamentais foram incendiados. A saída era uma das exigências, mas os protestos parecem não acalmar.

Antes da saída do chefe do governo, já os ministros do Interior e da Agricultura tinham renunciado.

O ministro da Agricultura disse que deixava o cargo devido à resposta "autoritária" do Estado.

O aeroporto da capital, Katmandu, entre a Índia e o Tibete, teve de ser encerrado devido ao intenso fumo que se fez sentir, e os voos foram desviados. As Nações Unidas e a Comissão Europeia já pediram uma investigação para apurar as causas das mortes.

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