Já começaram a ser ouvidas as primeiras testemunhas do acidente no elevador da Glória. Sabe-se agora que os cabos de ligação do elevador tinham, na verdade, um prazo de validade de cinco anos, apesar da decisão de encurtar o seu tempo de vida.
Apesar de a Carris considerar que os cabos tinham um prazo de validade de cinco anos, a empresa responsável pela manutenção entendia que o material, sujeito a grande desgaste, devia ser retirado de circulação mais cedo. Por isso, ao que a SIC apurou, ter-se-á comprometido a substituir o cabo a cada 600 dias.
O plano previsto no caderno de encargos da Carris é claro: refere que "em condições normais de funcionamento, o cabo é substituído após 1500 dias de trabalho e/ou em cada reparação intermédia e geral".
As primeiras conclusões indicam que o cabo teria ainda mais de 200 dias de vida e terá cedido no ponto de fixação, arrastando 16 pessoas para a morte.
O caderno de encargos sublinha que todos os cabos eram inspecionados semanalmente.
Última manutenção foi nove horas antes da tragédia
A última manutenção aconteceu nove horas antes do acidente, sendo que dois dias antes, o elevador tinha sido alvo de uma inspeção mensal mais completa, que obrigaria a analisar as condições do cabo e a lubrificá-lo.
Das 22 vítimas que ficaram feridas, oito permanecem internadas. A Polícia Judiciária continua a investigar.
De acordo com o comunicado do Ministério Público, as primeiras testemunhas do acidente começaram a ser ouvidas, mas a investigação não revela a respetiva identidade, lembrando que o inquérito está em segredo de justiça.