Acidente no Elevador da Glória

"Pura e simplesmente falso": José Sócrates desmente declarações de Moedas sobre Jorge Coelho

Em entrevista à SIC, no último domingo, Carlos Moedas usou o exemplo de Jorge Coelho, para dizer que, contrariamente ao antigo ministro na época do desastre da ponte de Entre-os-Rios, não foi previamente informado de qualquer problema no Elevador da Glória. 

FILIPE AMORIM

SIC Notícias

José Sócrates afirmou que é mentira que Jorge Coelho soubesse de problemas estruturais na ponte de Entre-os-Rios na época da tragédia que vitimou mais de 50 pessoas. O antigo primeiro-ministro era, na altura, ministro do Ambiente e, esta terça-feira, lembrou uma conversa com o então ministro do Equipamento Social.  

À margem da nona sessão do julgamento do processo Operação Marquês, que decorreu esta terça-feira, o ex-primeiro-ministro garantiu que é "pura e simplesmente falso" que Jorge Coelho, na época ministro do Equipamento Social, tivesse informações sobre os danos na ponte que desabou em 2001.  

"Tenho uma memória vívida dessa noite. Lembro-me de falar com Jorge Coelho, que estava muito abalado com isso. Lembro-me até do conselho que lhe dei e ele insistiu na sua demissão por causa dessa única razão. A política vai para além disso. É preciso um bode expiatório, o país precisa disso de certa forma", notou.  

José Sócrates insistiu que o antigo ministro "não tinha nenhuma consciência de culpa ou de responsabilidade objetiva": 

"Infelizmente, se alguém disse isso, faltou à verdade", vincou. 

Carlos Moedas rejeitou comparações entre as tragédias da ponte de Entre-os-Rios e o acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, na última quarta-feira. Em entrevista à SIC, no último domingo, Carlos Moedas usou o exemplo de Jorge Coelho, para dizer que, contrariamente ao antigo ministro, não foi previamente informado de qualquer problema no Elevador da Glória. 

No entanto, segundo o jornal Polígrafo, as afirmações de Carlos Moedas não correspondem à verdade. Jorge Coelho não tinha conhecimento de qualquer problema estrutural, mas sim de que a ponte tinha danos no pavimento.  

A demissão de Jorge Coelho foi uma decisão política, ao contrário do que Carlos Moedas sugeriu, no domingo, na entrevista à SIC. 

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