Carlos Moedas rejeita comparações entre as tragédias da ponte de Entre-os-Rios, em 2001, e o acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, na última quarta-feira. Na altura da queda da ponte, o então ministro do Equipamento Social demitiu-se, assumindo a responsabilidade política pelo caso. Mas o atual autarca de Lisboa não quer fazer o mesmo. Alega que, ao contrário de si, Jorge Coelho já sabia da fragilidade da ponte.
Em entrevista à SIC, no último domingo, Carlos Moedas usou o exemplo de Jorge Coelho, para dizer que, contrariamente ao antigo ministro, não foi previamente informado de qualquer problema no Elevador da Glória.
Palavras que já provocaram críticas por parte do PS, nomeadamente do antigo secretário-geral, Eduardo Ferro Rodrigues, que acusa Carlos Moedas de mentir e sublinha que, se Jorge Coelho soubesse que havia risco de queda da ponte de Entre-os-Rios, teria “proibido” o acesso à mesma.
Mas sabia, de facto, Jorge Coelho que havia algum problema com a estrutura da ponte? Na madrugada em que anunciou a demissão do cargo depois da tragédia de Entre-os-Rios, o ministro revelou que tinha visitado a ponte um ano antes da queda da estrutura.
O antigo governante afirmou que, devido à degradação do tabuleiro - e não dos pilares da estrutura -, já tinha aprovado a construção de uma nova ponte.
“Eu próprio, há cerca de um ano, visitei a ponte em causa (...) e tive a oportunidade de ver que, na realidade, se tratava de uma ponte já com um número significativo de anos, mais de 100 anos, e, nesse sentido, face a alguma degradação que tinha, nomeadamente a nível do tabuleiro - que eram as questões que eram colocadas - foi tomada uma decisão no âmbito do Ministério do Equipamento Social, no sentido de fazer outra ponte”, revelou, na altura, o então ministro.
Segundo o jornal Polígrafo, as afirmações de Carlos Moedas não correspondem, por isso, à verdade. Jorge Coelho não tinha conhecimento de qualquer problema estrutural. O que o ex-ministro sabia é que a ponte tinha danos no pavimento. A demissão de Jorge Coelho foi uma decisão política, ao contrário do que Carlos Moedas sugeriu, este domingo, na entrevista à SIC.
[Notícia atualizada às 16h28]