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Etiópia inaugura maior barragem de África sob críticas do Egito e Sudão

A inauguração de uma grande barragem hidroelétrica na Etiópia está a gerar ainda mais tensão entre os países da bacia do rio Nilo. O Egipto e o Sudão opõem-se ao projeto, classificando-o como uma ameaça existencial, mas a Etiópia defende a obra como uma oportunidade para a região.

Teresa Amaro Ribeiro

Margarida Bento Campos

Passaram 14 anos desde que a primeira pedra da Grande Barragem da Renascença Etíope foi lançada. A água do rio Nilo passa agora nas turbinas, cumprindo a última fase do projeto.

Na Etiópia celebra-se a inauguração da maior obra hidroelétrica em África. Mas os vizinhos Egito e Sudão não a apoiam. Dizem que há ameaça de verem reduzidas as quotas de água do rio Nilo. Só o Egito depende do rio em mais de 97%.

Desde 2022 que a barragem já produz energia. O primeiro-ministro da Etiópia quer alimentar as casas de quase metade da população do país ainda sem acesso à eletricidade e vender a restante energia aos países vizinhos.

Os especialistas falam numa "revolução energética" na região. A mega barragem deverá atingir, a longo prazo, uma capacidade de produção de cinco mil megawatts, ou seja, o dobro do que a Etiópia produz atualmente.

Os sucessivos secretários-gerais das Nações Unidas têm deixado o alerta de que a água estaria no centro das guerras do futuro. Em 2022, António Guterres acrescentou que já não estamos a falar de futuro, já é um fator de guerra e o Sudão é exemplo disso.

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