Antes do amigo Carlos Santos Silva, diz o Ministério Público, era o primo José Paulo Pinto de Sousa quem servia de testa de ferro a José Sócrates. Terá sido substituído na tarefa quando foi associado ao processo Freeport.
"É tudo falso! Nunca o meu primo me entregou dinheiro nenhum enquanto estava no governo! O MP até podia dizer que o dinheiro servia para tráfico de seres humanos, terrorismo, contrabando de armas, porque o ponto é o mesmo: não há prova", afirmou José Sócrates.
As agendas do tempo em que esteve no governo servem, 20 anos depois, para tentar desmentir o Ministério Público. Assume que, no verão de 2006, esteve de férias num resort de luxo no Algarve, mas não naquele dia exato em que a acusação o coloca a receber dinheiro das mãos do primo.
Depois de uma semana de maior contenção, José Sócrates volta ao registo inicial no dia em que começa a ser questionado sobre o circuito do dinheiro. A procuradora não gostou do tom de voz e pediu mão mais pesada ao tribunal.
- "Procuradora: Peço que seja advertido de que, quando se dirigir ao MP, o faça com educação, com a advertência de que será convidado a sair da sala sempre que não o faça."
- "José Sócrates: Por que não prisão preventiva?"
- "Juíza: Já lhe pedi que não faça considerações. Responda, não faça comentários."
Continua a ser ouvido esta quarta-feira.