Desde que foi eleito há quatro anos, André Ventura, líder do Chega, só foi a duas sessões da Assembleia Municipal de Moura e arrisca-se a perder o mandato de deputado municipal. O líder do Chega diz que tanto defende os mourenses no órgão local como no Parlamento.
Em 2021, quando a caravana do Chega parou em Moura, André Ventura quis dar tudo.
"Não se ama alguém que não ouve a mesma canção", cantou na altura.
A campanha era autárquica, mas a canção era para Rui Rio.
Depois de garantir que não seria candidato nestas eleições, Ventura decidiu avançar para a Assembleia Municipal de Moura.
"Líder que é líder não pode apenas dizer 'vão para a linha da frente' num momento destes, tem que ir com eles", afirmou.
E foi, mas não ganhou. Ficou em terceiro lugar, atrás do PS e da CDU, e conseguiu eleger, para além de si próprio, mais cinco deputados.
Foi também em Moura que perdeu a vereadora que tinha conseguido eleger, que saiu em rutura com o partido.
Segundo o Jornal Público, Ventura faltou a 30 reuniões e não foi substituído por ninguém em sete delas. Nestes quatro anos, só lá esteve duas vezes: na tomada de posse e na discussão do Orçamento.
"Fui candidato à Assembleia Municipal de Moura e os mourenses sabem que eu tanto trabalhei por eles no concelho como fora dele. E sabem também que quando não estive no concelho de Moura foi porque estava no Parlamento Nacional e na política nacional a fazer por eles", afirmou o líder do Chega.
André Ventura não desmente as faltas, mas tenta desviar as atenções.
"Gostava que fizesse a pergunta a Mariana Mortágua se ela acha normal deixar o lugar vazio enquanto vai para Gaza passear. Eu estava no Parlamento Nacional a lutar pelos mourenses, enquanto a Mariana Mortágua foi passear para Gaza", acrescentou.
Se não comparecer três vezes seguidas ou em seis reuniões alternadas, sem justificação, arrisca-se a perder o mandato. Nesse caso, a decisão final terá de ser tomada em tribunal.