Portugal avançou para o reconhecimento da Palestina sem estarem garantidas todas as condições que o Governo definiu. É o caso do desarmamento do Hamas e a libertação de todos os reféns. O Presidente da República diz que o Governo não tinha alternativa.
Foi no final de julho que o Governo anunciou que se preparava para reconhecer o Estado da Palestina. Era preciso ouvir partidos e o Presidente da República, mas a decisão estava ainda dependente de várias condições.
Mesmo sem estarem cumpridas as condições, o Governo decidiu avançar.
Na decisão pesou a evolução preocupante do conflito na Faixa de Gaza e as garantias da autoridade palestiniana, que prometeu uma reforma institucional e a preparação de eleições e de um grupo de estados árabes que mostrou abertura para reconhecer o estado de Israel.
Mesmo realçando as relações de amizade com o povo israelita, Portugal não quis ficar de fora de um conjunto de países que decidiram avançar agora com o reconhecimento da Palestina. Mas não o fez ao mais alto nível.
O gabinete do primeiro-ministro explica que Luís Montenegro não foi a Nova Iorque porque a presença é feita de forma rotativa com o Presidente da República. Em representação do Governo viajou o número 2, o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Se formos comparar hierarquias, o Presidente da República é o órgão hierarquicamente em termos políticos mais elevado a poder falar dessa matéria. O sr. ministro foi o porta-voz do Governo porque se entendeu, e bem, que devia ser nas Nações Unidas", afirma o Presidente.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que o Governo não tinha alternativa a não ser reconhecer a Palestina. Explica que não é uma decisão contra Israel, mas pela paz no Médio Oriente.