Na reta final do verão, o Algarve faz contas ao período mais importante para a economia da região. Quem tem negócios ligados ao mar considera que o mês de agosto ficou muito aquém das expetativas e há empresas a faturar metade do que é habitual.
Rui Cardiga é operador marítimo-turístico há 12 anos numa das avenidas mais movimentadas de Lagos. Há muito que não assistia a um verão tão fraco como este: houve dias em que não vendeu um único bilhete.
“Os ingleses parece que despareceram”, comenta. “Se calhar, escolheram outros destinos igualmente bons, tipo a Turquia, a Bulgária, etc. E o mal é que as pessoas depois habituam-se a ir para outros sítios e depois deixam de vir para Portugal”, afirma.
A taxa de ocupação hoteleira, que se manteve quase sempre acima dos 90% nos últimos dois meses, elevou as expetativas para o setor. Mas houve empresas a vender metade do habitual.
Preços do alojamento e condições meteorológicas podem ter afetado
Os operadores acreditam que setembro poderá trazer novos públicos, mas para isso é preciso que os preços do alojamento baixem e que as condições meteorológicas melhorem.
“O preço do alojamento local teve um bocado de influência”, acredita Rui Cardiga.
“Acho que o tempo também não ajudou muito”, acrescenta Sofia Dinis, também ela operadora do setor marítimo-turístico.
“Não choveu em dezembro e em janeiro e depois começou a chover em março e abril. Tudo isso afugentou um bocadinho o turismo”, aponta. “O calor ainda estamos à espera que chegue!”
O verão ainda não terminou, mas a maioria dos portugueses começa agora a regressar à rotina e as praias a sul ficam mais vazias – até porque as temperaturas desceram. Ainda assim, há quem aproveite esta altura para umas férias mais calmas longe da euforia do verão.
Esta semana, apesar do vento que veio para ficar, as temperaturas ainda convidam a banhos na costa algarvia. O dia mais quente será quarta-feira, com a máxima a rondar os 29 graus.