A dois fins de semana para agosto acabar, muitos turistas continuam ainda no Algarve. Há quem se continue a queixar dos preços, mas os empresários justificam que tentam incluir no valor que cobram qualidade que falta noutros destinos.
Mesmo estando já na segunda quinzena, agosto não dá razão de queixa a muitos negócios de praia.
"Fazemos cerca de 12/13 tours por dia. Cada uma tem capacidade para 10 pessoas, portanto estamos a falar de cerca de 300 pessoas todos os dias. Ainda não há quebras. Há dias mais fortes, outros mais fracos, mas no geral ainda se continua a trabalhar muito bem", afirma Catarina Guerreiro, operadora turística em Armação de Pêra.
Muitos estrangeiros e muitas famílias portuguesas não residentes optam pelos passeios turísticos durante a semana. As grutas de Benagil estão entre os mais procurados.
"Os nossos preços são 25 euros por adulto e 15 para crianças até aos 10 anos. Uma família gasta em média 80 euros, se tiver duas crianças e dois adultos", explicou ainda Catarina Guerreiro.
"Chegamos a receber grupos de 50/60 pessoas, mas maioritariamente estrangeiros. Em termos de portugueses, às vezes temos grupos de 10 ou 12 pessoas, mas, de modo geral, o português vem mais em contexto familiar", acrescentou.
Em lugares como Armação de Pêra, Quarteira ou Albufeira, há muitos portugueses com casas de férias. Mas, tenham ou não de pagar alojamento, quase todos se queixam de estar a gastar cada vez mais nas férias.
Depois de um incêndio que destruiu o icónico Evaristo, em Albufeira, o restaurante de praia reabriu este verão. Não fala em enchente de clientes, mas admite que a temporada está a correr bem.
"As nossas gerações todas dos últimos 40 anos têm vindo picar o ponto. Mas estão menos concentradas porque já não há o foco só da primeira quinzena de agosto", confidenciou Luís Evaristo, empresário da restauração.
Em relação aos preços, os empresários fazem uma distinção.
"Confundem o caro com o não acessível. São duas realidades diferentes. Pode não estar acessível para algumas carteiras, mas a questão não é se está acessível, e sim se efetivamente está caro. Um exemplo são os nossos pratos prediletos: as amêijoas, as lulas", explicou.
Os dados de agosto ainda estão por apurar, mas em julho a hotelaria registou um aumento de cerca de 10% no mercado português.