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Repor energia foi "ato de equilíbrio de redes, como se estivéssemos a encher um copo de água devagar para não derramar"

Repor energia num país inteiro foi um processo difícil e minucioso. Quem o diz é Jorge Silva, vice-presidente da AsproCivil. O responsável assinala ainda a importância do kit de emergência, que serve para "apagões, sismos, catástrofes, cheias".

SIC Notícias

Jorge Silva, vice-presidente Associação Portuguesa de Técnicos de Proteção Civil (AsproCivil), explica que repor a energia foi um processo difícil e minucioso. Em entrevista na SIC Notícias, considera que a Proteção Civil devia ter emitido um comunicado imediatamente a seguir ao início do apagão.

O responsável da AsproCivil defende que devia ter havido uma comunicação oficial da Proteção Civil assim que se constatou que havia um apagão. Ou seja, uma nota a informar sobre o que estava a acontecer, o que estava a afetar e a "delinear" algumas medidas que evitassem que as pessoas fossem aos "em muita força" aos supermercados, bombas de gasolina e multibanco.

"Faltou esse pequeno ato de comunicação que poderia ter ajudado um bocadinho", afirma.

Um apagão geral deixou Portugal às escuras na segunda-feira, em alguns locais durante cerca de 12 horas. Afetou também Espanha e parte do território francês. A E-redes, operador de rede de distribuição de eletricidade, garante esta terça-feira que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Na SIC Notícias, Jorge Silva considera que a resposta operacional do Governo "correu bem": "Houve decisão de reunir, emanou todas as ordens para os centros regionais e municípios que fizeram todas as reuniões".

O vice-presidente da AsproCivil explica que repor a eletricidade num país inteiro "não é a mesma coisa que ligarmos um interruptor em casa".

"É um ato de equilíbrio de redes como se estivéssemos a encher um copo com água em que não podemos encher abruptamente. Temos de encher devagar para não derramar", acrescenta.

Kit de emergência

Ovice-presidente Associação Portuguesa de Técnicos de Proteção Civil, assinala que foi "mais um dia" em que as pessoas "constatam que temos debilidades e fraquezas e que temos de superá-las". Nesse sentido, considera que há uma "falta de cultura de segurança generalizada" e que essa informação tem de ser dada "de base, aos jovens".

O kit de emergência serve para questões elétricas, sismos, catástrofes, cheias, assinala.

Face à "debilidade e dependência elétrica", é preciso definir a rede de postos de combustíveis para veículos de emergência, refere.

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