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"Portugal dá um sinal errado": as reações à ida de Paulo Rangel a Moçambique

O ministro Paulo Rangel vai representar Portugal na tomada de posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique. Dias antes, o Parlamento português aprovou uma recomendação para que não fossem reconhecidos os resultados das eleições moçambicanas.

Gaspar Castro

Francisco Carvalho

Portugal estará representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, na posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique. Iniciativa Liberal e PAN criticam a decisão do Governo, já o Chega e o Livre aprovam a solução, mas com algumas reservas.

Para Rui Rocha, a ida do ministro dos Negócios Estrangeiros a Moçambique abre um “conflito institucional”.

“Parece-me totalmente não indicada. Abre um conflito institucional, já que na passada sexta-feira o Parlamento português, com a abstenção do PSD, aprovou uma iniciativa da IL que recomendava o não reconhecimento dos resultados das eleições de Moçambique”, diz o líder da Iniciativa Liberal.

Já o Bloco de Esquerda aponta a decisão de enviar Paulo Rangel como “precipitada”.

"Se o Governo se faz representar numa tomada de posse de um determinado Governo, então reconhece esses resultados eleitorais", afirma Isabel Pires, deputada do BE.

O PAN critica também a opção do Governo, através de uma publicação nas redes sociais.

"Portugal dá um sinal errado (...) descurando a contestação em torno dos resultados eleitorais e a necessidade de preservar os valores democráticos e o respeito pelos direitos humanos", escreve Inês Sousa Real.

Outros partidos não se opõem à solução encontrada, mas deixam recomendações a Paulo Rangel:

O líder do Chega, André Ventura, diz que "se vai estar alguém presente, deve deixar claro em Moçambique que o que aconteceu é um ataque à liberdade".

Paulo Muacho, deputado do Livre, considera que "é importante que não se encare a presença do ministro como, no fundo, conivência com fraude eleitoral e violência por parte do Governo moçambicano".

Decisão tomada entre Belém e São Bento

A decisão de enviar Paulo Rangel e não Marcelo Rebelo de Sousa a Maputo é vista pelo Governo como uma solução intermédia, tomada em concertação entre Belém e São Bento.

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