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Leitão Amaro volta a negar que tenha relacionado acidentes de comboio e taxa de álcool

Em causa estão as polémicas declarações de António Leitão Amaro, ministro da Presidência, que ligaram a sinistralidade ferroviária e a taxa de álcool dos trabalhadores. 

João Maldonado

Sérgio Aleluia

Kathleen Araújo

Rui do Ó

Carlos Artur Carvalho

Os maquinistas estão em greve esta sexta-feira em protesto contra as polémicas declarações de António Leitão Amaro que ligaram a sinistralidade ferroviária e a taxa de álcool dos trabalhadores. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, volta a negar que tenha relacionado acidentes e taxa de álcool.

"Não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem. O que nós fazemos hoje é reforçar as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário e criando uma proibição de condução sob efeito de álcool. Portugal, numa das piores situações em termos de nível de acidentes tem do quadro contra-ordenacional mais leve e mais baixo da Europa, o que é um contrassenso", diz.

António Leitão Amaro falava sobre o número de acidentes relacionados com comboios, anunciando, segundos depois, medidas para castigar maquinistas sob efeito de álcool.

O mesmo Leitão Amaro, ministro da Presidência, diz agora que a sequência de frases que decidiu usar não pode ser vista com uma associação direta entre álcool e acidentes nos comboios.

"Não deixa de ser estranho, inédito, termos uma greve, talvez a primeira, que protesta contra algo que não aconteceu (...). Não houve nenhuma referência a causalidade. Permitam-me citar uma comunicação enviada para o meu gabinete que diz e reconhece que o Sr. ministro não tenha feito tal afirmação de forma direta", refere António Leitão Amaro.

O problema, segundo o Sindicato dos Maquinistas, que enviou esta carta: é que ela continua. De acordo com o sindicato, não sendo feita uma relação direta por Leitão Amaro, as medidas anunciadas deixam a dúvida no ar.

Em resposta à SIC, o Gabinete de Investigação de Acidentes Ferroviários esclarece que nos últimos 10 anos em Portugal não há registo de acidentes relacionados com maquinistas alcoolizados.

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