Mais de 20 mil professores já receberam os acertos salariais pla recuperação do tempo de serviço congelado. A Direção-Geral da Administração Escolar confirmou, entretanto, que quase 80% das vagas do concurso extraordinário para professores já foram preenchidas. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) diz que, mesmo assim, o concurso não resolveu o problema da falta de docentes nas escolas e insiste na necessidade urgente de rever o estatuto da carreira docente.
A falta de professores nos ensinos básico e secundário é um problema cada vez mais notório nas escolas públicas. No ano passado, reformaram-se mais de 3.500 professores. Prevê-se que até ao final deste ano, este número chegue aos 4 mil. Ou seja, será o valor mais alto registado na última década.
A Federação Nacional dos Professores diz que a tendência deste número será aumentar. Afirma que é urgente, que a carreira dos professores seja valorizada tanto a nível salarial como as condições de trabalho.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação confirmou que mais de 8 mil professores dos ensinos básico e secundário vão receber em novembro o acerto salarial pela recuperação do tempo de serviço congelado, com efeitos retroativos a setembro.
No total, já são mais de 20 mil professores que beneficiaram dos efeitos da recuperação do tempo de serviço.
No plano Mais Aulas Mais Sucesso, o Governo identificou mais de 200 escolas como carenciadas pela falta de professores.
No concurso extraordinário para os professores, quase 80% das vagas foram preenchidas.
Ainda assim, nas regiões onde o problema é mais acentuado, ficaram por preencher mais de 20% das vagas. Ou seja, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo ficaram por colocar 420 professores.
Já no Algarve entraram 203 docentes, pelo que sobraram apenas 13 das vagas. Foi a zona com a maior taxa de ocupação do país.
O Governo acredita que o concurso servirá para a resolver o problema da falta de professores nas escolas públicas de uma forma estrutural. Já as organizações sindicais discordam.
No dia 13 de dezembro, a Federação Nacional dos Professores volta a reunir-se com o Governo, com o objetivo de discutir a revisão do estatuto da carreira docente.