Chegaram de vários pontos do país para se fazerem ouvir. Depois do protesto dos médicos em frente ao Ministério da Saúde, chegou a vez dos enfermeiros. As queixas são antigas e os salários baixos continuam a ser um dos principais problemas da profissão.
"Sou enfermeira há 20 anos e o reconhecimento ou, pelo menos, a valorização salarial é a mesma desde o primeiro dia. E é triste, tendo em conta que sou enfermeira especialista, fiz uma pós-graduação, uma série de cursos, e não é reconhecido", lamentou, à SIC, Cláudia Oliveira.
Mas as reivindicações vão muito além da valorização salarial:
"O risco e penosidade, a aposentação mais cedo, fazer turnos com 60 anos, andar a fazer domicílios com sacos às costas... acho que pessoas com 60 anos provavelmente não conseguem", referiu o enfermeiro Joaquim Santos.
"Se queremos um SNS melhor, que responda às necessidades e problemas da população, precisamos de enfermeiros valorizados, que se sintam respeitados no seu local de trabalho e que tenham energia para dar tudo à população", apontou o profissional Marco Aniceto.
A concentração foi marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que não foi convocado para participar nas negociações com o Governo e, por isso, não chegou a acordo com a tutela.
Exigem ser ouvidos pela ministra Ana Paula Martins. Caso contrário, ameaçam com novas greves.
"O que vamos ter pela frente é aguardar para que, num curto espaço de tempo, o Ministério da Saúde volte a marcar a reunião que estava para concretizar. Que apresente as suas propostas, nós apresentaremos as nossas contrapropostas. Caso o Ministério não evolua para justas e sensatas soluções para os profissionais que diz querer valorizar, voltaremos a formas de luta. Mas tudo isto estará dependente do Ministério da Saúde", disse, aos jornalistas, o presidente do SEP, José Carlos Martins.