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"Se queremos um SNS melhor, precisamos de enfermeiros valorizados e respeitados"

Os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde cumprem, nesta quarta-feira, o segundo e último dia de greve. Exigem ser ouvidos pela ministra Ana Paula Martins e, caso contrário, ameaçam com novas paralisações.

Madalena Lourenço

Humberto Candeias

Jorge Costa

Chegaram de vários pontos do país para se fazerem ouvir. Depois do protesto dos médicos em frente ao Ministério da Saúde, chegou a vez dos enfermeiros. As queixas são antigas e os salários baixos continuam a ser um dos principais problemas da profissão.

"Sou enfermeira há 20 anos e o reconhecimento ou, pelo menos, a valorização salarial é a mesma desde o primeiro dia. E é triste, tendo em conta que sou enfermeira especialista, fiz uma pós-graduação, uma série de cursos, e não é reconhecido", lamentou, à SIC, Cláudia Oliveira.

Mas as reivindicações vão muito além da valorização salarial:

"O risco e penosidade, a aposentação mais cedo, fazer turnos com 60 anos, andar a fazer domicílios com sacos às costas... acho que pessoas com 60 anos provavelmente não conseguem", referiu o enfermeiro Joaquim Santos.
"Se queremos um SNS melhor, que responda às necessidades e problemas da população, precisamos de enfermeiros valorizados, que se sintam respeitados no seu local de trabalho e que tenham energia para dar tudo à população", apontou o profissional Marco Aniceto.

A concentração foi marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que não foi convocado para participar nas negociações com o Governo e, por isso, não chegou a acordo com a tutela.

Exigem ser ouvidos pela ministra Ana Paula Martins. Caso contrário, ameaçam com novas greves.

"O que vamos ter pela frente é aguardar para que, num curto espaço de tempo, o Ministério da Saúde volte a marcar a reunião que estava para concretizar. Que apresente as suas propostas, nós apresentaremos as nossas contrapropostas. Caso o Ministério não evolua para justas e sensatas soluções para os profissionais que diz querer valorizar, voltaremos a formas de luta. Mas tudo isto estará dependente do Ministério da Saúde", disse, aos jornalistas, o presidente do SEP, José Carlos Martins.
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