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“A Polícia Municipal fica com o ladrão à espera na rua? Faz algum sentido?”: Moedas insiste em decisão que levanta dúvidas

O autarca de Lisboa ordenou à Polícia Municipal que faça detenções na capital, uma função que está reservada às polícias criminais. A decisão está a ser alvo de análise pelo MAI.

SIC Notícias

Carlos Moedas insiste que é essencial que a Polícia Municipal possa fazer detenções, para combater a criminalidade em Lisboa. A decisão do presidente da Câmara de Lisboa, que está a levantar dúvidas, já mereceu críticas da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia e está a ser analisada pelo Ministério da Administração Interna.

Depois de ter defendido que os polícias municipais devem avançar para detenções de suspeitos de crimes e que é preciso alterar a lei nesse sentido, o autarca de Lisboa voltou, esta terça-feira, a insistir na posição.

“Aquilo que eu pedi é uma pequena mudança num decreto-lei para que a Polícia Municipal possa fazer a detenção. Nós temos um país em que estamos sempre a complicar!”, reclamou Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas.

“Então a Polícia Municipal detém e depois tem de telefonar à Polícia de Segurança Pública? E, muitas vezes, a Polícia de Segurança Pública não está disponível e não pode vir no imediato. Então a Polícia Municipal fica com o ladrão à espera na rua? Isso faz algum sentido?”, questionou o autarca.

Para Carlos Moedas, se houver um crime nas ruas de Lisboa, a Polícia Municipal “tem de atuar”.

"Eu dei essa indicação ao comandante. E, neste momento, posso dizer que, em Lisboa, todos os dias tem havido esse tipo de detenções”, afirmou.

A SIC questionou o Ministério da Administração Interna sobre a polémica, que garantiu que vai analisar o caso do ponto de vista técnico-jurídico.

Carlos Moedas insiste que dar legitimidade à Polícia Municipal para formalizar a detenção de suspeitos vai ajudar a combater a falta de meios no terreno e retirar a esta força o rótulo de um simples fiscalizador.

O presidente da Câmara de Lisboa defendeu recentemente, ainda que sem apresentar dados concretos, que a sensação de criminalidade violenta está a aumentar em Lisboa.

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