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Incêndio na Madeira: sindicato exige a "demissão imediata" do presidente e secretário regionais da Proteção Civil

Ao fim de mais de uma smeana de incêndio no arquipélago da Madeira, e com mais de 10% de áerea ardida, “há que tirar as devidas consequências das decisões e da falta delas”, defende o Sindicato Nacional da Proteção Civil.

HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

SIC Notícias

O Sindicato Nacional de Proteção Civil (SNPC) exige, esta quarta-feira, a demissão do presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, IP-RAM, António Nunes e do secretário Regional da Proteção Civil, Pedro Ramos.

“É com profunda indignação e preocupação que o SNPC está a acompanhar o trabalho dos operacionais neste incêndio e assim, nos dirigimos à população da Madeira e às autoridades competentes para expressar a nossa total insatisfação com a gestão do incêndio que tem devastado a ilha da Madeira nos últimos sete dias”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Classificando de “inadmíssivel” que ao fim de uma semana o incêndio continue ativo e se tenha intensificado, o SNPC diz esperar que “(…) as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para proceder a estas substituições de forma rápida e transparente, garantindo assim que a Proteção Civil seja liderada por indivíduos verdadeiramente capacitados para proteger e servir a nossa comunidade”.

O sindicato critica, sobretudo, a resistência em pedir ajuda externa e considerou que a resposta foi "tardia, desorganizada e insuficiente", o que "coloca em risco vidas humanas, património natural e a segurança de todos os madeirenses".

"Não entendemos por que razão ainda não foi invocada a ajuda de Protocolo com as Ilhas Canárias que se encontra inscrito no Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira", afirmou.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, dia 14, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Quatro bombeiros receberam assistência hospitalar por exaustão e mal-estar, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.

[Notícia atualizada às 13:49]

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