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Incêndio na Madeira: situação no Curral das Freiras continua a ser a principal preocupação

A lavrar há mais de uma semana, o incêndio na Madeira chegou ao Pico Ruivo durante a última noite. Foi, entretanto, pedido uma reforço de meios ao continente e três bombeiros tiveram de receber assistência hospitalar por exaustão e sintomas relacionados com "mau estar e indisposição", não havendo mais feridos.

Verónica Moreira

Catarina Terroso

Os bombeiros continuam a combater o incêndio na Madeira. O vento e as temperaturas altas, mas também os difíceis acessos em determinadas zonas, têm sido as principais dificuldades que os operacionais enfrenteam no terreno.

A repórter da SIC, Catarina Terroso, conta esta manhã que a situação em Curral das Freiras, Câmara de Lobos, onde o incêndio continua a lavrar continua a ser a principal preocupação. Uma informação também confirmada pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil à agência Lusa.

"O pior cenário que temos neste momento é o que decorre da propagação do [fogo] no Curral das Freiras que progrediu pela cordilheira central da região e atingiu o Pico Ruivo [no concelho de Santana]", adiantou António Nunes.

Nas redes sociais, Márcio Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Santana, reconhece que a situação é "preocupante" e apela a mais meios, "nomeadamente o helicóptero".

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil explica que os operacionais estão a tentar conter a progressão do fogo para sítios mais problemáticos, encontrando-se no local 11 operacionais, com o apoio de cinco meios. No entanto, o difícil acesso continua a complicar o trabalho dos bombeiros.

"Esta é uma zona muito complexa. Não se consegue atuar nesta zona devido às condições do terreno", afirmou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil acrescentando que já foi pedido o reforço de mais 45 operacionais do continente.

"Face ao evoluir desta forma desfavorável foi solicitado à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil [ANEPC] o reforço de pessoal que veio do continente e está previsto durante o dia de hoje recebermos mais 45 elementos", disse.

No que diz respeito à utilização de helicópteros no local, António Nunes garante a situação tem de ser avaliada.

"A operação dos meios aéreos a estas altitudes é bastante complexa. Não é uma coisa que se faça de forma linear. Nós temos que fazer uma avaliação e ver se os pilotos, o helicóptero, têm capacidade para o fazer, pois ventos àquela altitude são muito erráticos e nós não queremos ter mais um problema com a perda do helicóptero", explicou.

Quanto à situação em Serra de Água, na Ponta do Sol, o fogo está a evoluir favoravelmente, garantiu.

"Temos a esperança que se consiga terminar aquela frente durante o dia hoje. No local estão 64 operacionais, com o apoio de 16 meios. No Curral das Freiras, que ontem [terça-feira] era uma preocupação grande devido às residências que ali existem, neste momento não temos qualquer problema. Temos pessoal em prevenção, que fizeram umas linhas de corta-fogo para evitar que este desça a encosta para salvaguarda das habitações", disse.

O incêndio na Madeira, que deflagrou na passada quarta-feira na Ribeira Brava, já queimou cerca de 4 mil hectares e levou à retirada de mais de 200 pessoas, sendo que, entretanto, algumas já começaram a regressar a casa.

Três bombeiros tiveram de receber assistência hospitalar por exaustão e sintomas relacionados com “mau estar e indisposição”.

A Polícia Judiciária está a investigar o incêndio, que o presidente do Executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse desde logo tratar-se de fogo posto.

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