A administração do Hospital de Viseu, agora Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões, está demissionária desde 13 de junho.
A instabilidade na gestão do hospital começou em março quando pela primeira vez a urgência pediátrica teve de ser encerrada durante a noite, primeiro ao fim de semana, depois durante todos os dias. À noite a solução fica quase 100 km em Coimbra.
O hospital foi depois bandeira política para as eleições legislativas com a mudança no Governo, a nova ministra sentiu necessidade de vir a Viseu tomar pulso aos problemas e prometeu um novo plano para responder à falta de urgência pediátrica.
“Garantir que temos um novo modelo de urgência a partir de uma data que será o mais depressa possível”, disse Ana Paula Martins, ministra da Saúde, em maio deste ano
Mas ainda antes de ser implementado, já o conselho de administração pedia para sair. A ministra que dias antes tinha garantido apoio aos administradores era a mesma que no parlamento deixava esta afirmação:
“Nós temos lideranças fracas, nós precisamos de lideranças à frente dos hospitais e à frente dos serviços que sejam lideranças mobilizadoras, que atraiam os jovens profissionais, que os tratem bem. Nós não tratamos bem as pessoas na Administração pública?!”, disse a ministra da Saúde em junho no Parlamento.
Um dia depois, a 13 de junho, em bloco, o conselho de administração da ULS de Viseu Dão Lafões apresentava a demissão. O hospital está agora igual ao que estava em maio. Sem urgência pediátrica durante a noite e agora com a agravante que a administração está a prazo.
A solução foi encaminhar as crianças através da linha SNS 24 para o centro de saúde em Viseu que atende até às 23:00 e a urgência hospitalar abre portas para os casos de risco iminente de vida.
Questionado o gabinete da ministra da Saúde, sobre quando será nomeada a nova administração do hospital de Viseu, ainda houve resposta. Enquanto isso, a SIC sabe que apesar dos esforços, há cada vez mais dificuldades em preencher escalas nomeadamente na urgência geral muito por culpa da falta de candidatos para as atuais vagas disponíveis, mas também pelo período de férias.
Para agosto, por exemplo, são vários os dias em que os turnos são garantidos na maioria por médicos internos, ou seja, médicos a acabar o ciclo de formação, ao contrário do que é defendido pela ordem dos médicos.