O bastonário da Ordem dos Médicos esteve reunido com a administração demissionária do Hospital de Viseu e destacou que os profissionais da unidade têm feito muito com uma grande falta de recursos humanos. O encontro aconteceu após as declarações da ministra da Saúde no Parlamento, onde afirmou que as lideranças nos hospitais portugueses são fracas.
Embora Carlos Cortes não tenha comentado diretamente as declarações da ministra, reforçou a importância do trabalho realizado pelos profissionais, algo que a ministra aparentemente não conseguiu perceber durante a sua visita a Viseu no mês passado.
Entre os vários problemas enfrentados pelo hospital, destaca-se a situação crítica da urgência pediátrica, um reflexo de um Sistema Nacional de Saúde (SNS) cada vez mais envelhecido e sem atratividade para novos profissionais.
Para tentar contornar a falta de recursos na urgência pediátrica, foi elaborado um novo plano que prevê a referência dos doentes, através da linha SNS 24, para um centro de saúde que estará aberto até às 23:00h. Esta medida procura aliviar a pressão sobre o hospital e garantir que os pacientes pediátricos recebem o atendimento necessário.
O serviço de urgência pediatria está encerrada ao exterior desde o dia 1 de junho, todas as noites da semana, ou seja, entre as 20:00 e as 08:00, por falta de médicos, como justificou a administração hospitalar agora demissionária.
O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões apresentou na passada quinta-feira a demissão por “quebra de confiança política” da ministra da Saúde “na atual equipa”, depois de Ana Paula Martins ter criticado os gestores hospitalares.