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Demissão na ULS de Viseu ascende a discussão em torno da Saúde

É a crónica de uma demissão que alguns já anunciavam. O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões cai perante as críticas da ministra da Saúde a lideranças fracas, porque deixaram encerrar a urgência pediátrica à noite.

Manuela Carneiro

Miguel Costa

Está acesa a discussão após a demissão do conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Viseu, que não gostou de ouvir as críticas da ministra da Saúde. Do palco local para a política nacional sucedem-se as reações.

A ministra da Saúde acusou as lideranças hospitalares de serem fracas e deu um exemplo concreto - no qual se referia a Viseu - sobre o encerramento de urgências pediátricas. Ana Paula Martins questionou como é que esta situação pode acontecer se, em janeiro, já se sabia que os médicos pediatras iam entregar um documento para pedir escusa às horas extraordinárias.

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, diz que se se demitiram é porque enfiaram a carapuça por não terem conseguido resolver os problemas da urgência pediátrica. Afirma, no entanto, que “não sabe exatamente os motivos, mas que a urgência não pode encerrar”.

Governo "revê-se nas declarações”, oposição deixa críticas

O ministro da Presidência, Leitão Amaro, frisa que “o Governo revê-se integralmente nas declarações da ministra da Saúde”.

Já a oposição diz que as coisas começaram mal no setor.

"Uma ministra não pode esperar que vai conseguir resolver os problemas na Saúde apontando o dedo a quem gere os hospitais no dia a dia", atirou o líder do PS, Pedro Nuno Santos, referindo que o Governo "desistiu de tentar melhorar e investir no Serviço Nacional de Saúde".

A situação do hospital é muito complicada, uma vez que o número de pediatras não é suficiente para dar resposta às escalas.

Ainda não há informações sobre a eleição de um novo Conselho de Administração da ULS de Viseu Dão-Lafões. A equipa, que tinha sido nomeada há três meses, continua a fazer a gestão do hospital até ser nomeado um novo conselho.

Depois de um comunicado a dar conta de que se demitiam por manifesta quebra de confiança política devido às críticas da ministra da saúde no Parlamento, os cinco membros do conselho de administração da ULS não prestaram mais quaisquer esclarecimentos.

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