A procuradora-geral da República admitiu que o trabalho da Justiça está a ser afetado pelos problemas no setor e denunciou falta de profissionais e equipamentos.
Durante o seu discurso na cerimónia de encerramento de cursos de formação no Centro de Estudos Judiciários, esta sexta-feira, Lucília Gago enumerou os problemas que contribuem para as constates falhas evidenciadas pelo setor da Justiça:
"O tremendo alongamento no tempo das greves de funcionários judiciais, o depauperado estado de muitos dos edifícios, a exiguidade das instalações disponíveis, a insuficiência dos equipamentos e dos meios tecnológicos e informáticos, a diminuta afetação de recursos humanos", tendo especificado que, nesta última matéria, o principal problema prende-se, especificamente, com a falta de oficiais de justiça.
Revelou que uma análise realizada em maio passado permitiu concluir que faltavam 400 profissionais no Ministério Público, o que explica "os mais de 900.000 atos processuais por realizar, nestes incluindo o cumprimento de despachos interlocutórios e finais".