Mais de metade dos procuradores no ativo em Portugal assinou uma carta em que é repudiada o "desconhecimento e desinformação gerados por um conjunto limitado de cidadãos", que acusam de proferir "juízos infelizes, falsos e despropositados".
Segundo o Expresso, a missiva será uma resposta ao “Manifesto dos 50”, assinado por vários políticos, juristas e jornalistas, no qual é criticada a atuação da Justiça e pedida uma reforça no setor.
O contramanifesto é promovido pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Recolheu 920 assinaturas, ou seja, mais de metade dos 1.700 procuradores no ativo.
Ainda assim, a missiva não é consensual.
Ouvidos pelo jornal, alguns magistrados consideram mesmo o documento inútil e, em última análise, poderá acentuar ainda mais as críticas ao Ministério Público.
Estes magistrados consideram, no entanto, errada a insinuação de que há uma agenda política no tempo e modo em que são organizadas buscas em alguns casos e investigações: “Tem de ser feita uma reflexão sobre o uso regular de escutas e dos meios de obtenção de prova. É possível que haja um excesso de recurso às interceções telefónicas".